O deputado Luiz Cláudio Marcolino subiu à tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo para denunciar a violência praticada por policiais militares contra ele, na manhã desta quinta-feira, 22/8, durante ato de campanha salarial e contra as terceirizações promovido pelo Sindicato dos Bancários, que reuniu três mil trabalhadores em frente ao prédio do Santander, em Santo Amaro.
“O ato, que ocorria sem qualquer incidente, foi interrompido pela ação de um tenente da PM, que agarrou um trabalhador pelo braço e o obrigou a entrar à força, no prédio, empunhando uma arma de choque. A atitude do policial gerou revolta dos trabalhadores. Eu estava conversando com dois majores da Polícia Militar sobre a manifestação, quando, de repente, o tenente utilizou uma arma de choque contra a minha pessoa. Mesmo eu me identificando como deputado estadual, ele continuou disferindo choques com a arma conta mim.”
Marcolino lembrou que a categoria bancária é muito bem organizada e tem uma tradição de luta e de combatividade. Ela faz manifestações em todo o estado e em todas as partes do país. O deputado disse que levará uma manifestação ao presidente da Assembleia Legislativa e que vai ingressar com um pedido na Corregedoria da PM e na Ouvidoria de Polícia para a apuração dessa agressão inaceitável contra os trabalhadores e um integrante do parlamento.
Marcolino sublinhou que, mesmo após o incidente, o tenente continuou instigando um ambiente conflitivo. “Todo mundo sabe do meu respeito à instituição e aos policiais militares do estado de São Paulo, mas não podemos deixar que um episódio como esse aconteça e fique impune.”
O deputado petista recebeu manifestações de solidariedade de seus pares. O deputado Carlos Giannazzi (PSOL) disse que, ao atacar o deputado Luiz Carlos Marcolino, esse policial militar agrediu toda a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e os 94 deputados e deputadas que a compõem. “Vamos levar essa denúncia ao Colégio de Líderes e à Mesa Diretora, para que a Assembleia Legislativa tome providência e peça a apuração e a punição desse policial.
Já os deputados Tenente Coimbra e Conte Lopes, da bancada da bala, correram para passar pano para os policiais envolvidos na operação e que abusaram do uso da força. O deputado Major Meca saiu em defesa do policial agressor e partiu para ataque contra os trabalhadores. O parlamentar do PL buscou politizar a violência policial, legitimando-a e vinculando-a ao contexto eleitoral da cidade de São Paulo. Chamou os manifestantes e o deputado agredido de bagunceiros e qualificou o ato de algazarra e baderna. Em resposta aos ataques do policial-parlamentar, Giannazzi ressaltou que a polícia parece estar muito preocupada em defender o interesse dos bancos e pouco atenta aos direitos da população.
Marcolino voltou à tribuna para dizer que seu questionamento não é em relação ao papel da corporação ou do efetivo da PM na Zona Sul, mas sim sobre a ação individual e o despreparo do policial autor das agressões, especificamente.
“O que estamos discutindo é o modus operandi desse policial na abordagem. Porque, se fôssemos discutir o conjunto das ações, veríamos, inclusive, que muitos dos policiais envolvidos na operação utilizam costumeiramente o estacionamento do Santander. Mas não vamos entrar nesse mérito das benesses que alguns policiais têm em relação ao banco. Queremos discutir a atuação desse policial numa manifestação dos bancários, cujos direitos são garantidos por lei. A lei garante o direito de greve e à livre manifestação. Não podemos admitir que um policial apanhe um trabalhador pelo braço e o obrigue a entrar, de qualquer jeito, no local de trabalho.”

Um absurdo o que o banco Santander fez hoje. Muito obrigado Deputado por nos defender