Num só projeto de lei, o governador Doria quer elevar a contribuição ao Iamspe, aumentar o IPVA e extinguir dez empresas e institutos públicos, como, por exemplo, a Fundação Oncocentro, responsável por diagnóstico e tratamento de câncer e reabilitação para pessoas que tiveram sequelas causadas por tumores na região da cabeça e do pescoço.
O Projeto de Lei 529/2020 chegou na Assembleia Legislativa na quinta-feira, 13/8, com o chamado regime de urgência, o que significa que a proposta do Executivo tem tempo reduzido para receber emendas – apenas três dias – e para discussão pelas comissões.
A justificativa do governador é que o Estado passa por grave situação fiscal, devido aos efeitos negativos da pandemia da Covid-19 sobre receitas públicas. A deputada Beth Sahão lembra, porém, que João Doria não cogitou rever processos de renúncia fiscal em favor de grandes empresas, que fazem com que o Estado deixe de arrecadar mais de R$ 40 bilhões. Ao contrário, retoma a saga de destruição do Estado de São Paulo, que
“A Fundação Oncocentro gasta R$ 400 mil por mês para fazer exames de papanicolau em mulheres por todo o Estado e próteses para pessoas com sequelas causadas por tumores na região da cabeça e do pescoço. Não é dessa forma que se faz, governador”, avisa a deputada Beth Sahão.
REAÇÃO
A bancada do PT já está se movimentando para evitar que o PL 529/2020 seja aprovado.
“A luta será árdua, mas temos de acreditar nela e juntar forças com os trabalhadores públicos e a população do Estado”, conclamou Beth durante audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira, 14/8.
Representantes das empresas e dos institutos ameaçados participaram do encontro virtual.
Na lista de destruição do governador estão: Fundação Parque Zoológico; Fundação para o Remédio Popular (Furp); Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU); Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU); Superintendência de Controle de Endemias (Sucen); Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp); Instituto Florestal; Instituto de Medicina Social e de Criminologia (Imesc); Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) e Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc).
Alguma dessas empresas, como a CDHU e a EMTU, são superavitárias. Outras, fazem parte da história de São Paulo. É o caso do Instituto Florestal, idealizado ainda no século XIX, e responsável pelo inventário florestal da vegetação natural de todo o território paulista.
Trabalhadores da Sucen e da Fundação Zoológico relataram os prejuízos à pesquisa e a incerteza quanto a ações desenvolvidas naquelas instituições que o PL 529/2020 acarreta.
Outro instituto que Doria quer dar um fim, o Itesp, faz um trabalho da maior importância, mas sofre há anos com a política tucana de sucateamento do que é público. O Instituto de Terras do Estado dá assessoria para pequenos produtores rurais, para agricultura familiar e assentamentos. “Não haverá mais quem olhe para esses produtores e o agronegócio será o grande privilegiado”, afirmaram os servidores do órgão.
DENÚNCIA
A Furp, laboratório farmacêutico oficial do governo do Estado de São Paulo, que ocupa posição estratégica nas políticas públicas de saúde, no desenvolvimento, na produção, distribuição e dispensação de produtos para melhoria da qualidade de vida da população, também será extinta pelo PL de Doria.
Segundo denúncia relatadas, o laboratório foi boicotado na distribuição de grande quantidade de álcool gel, durante a pandemia do coronavírus.
Um abaixo-assinado contra o PL 529/2020 já foi criado e pode ser acessado em https://bit.ly/30UqA4n.
A parlamentar propôs aos trabalhadores públicos que se mantenham mobilizados, em plenárias virtuais, desde agora, e informou que já está solicitando uma audiência com o procurador-geral da Justiça.
O deputado federal do PT Alencar Santana também participou do debate, chamando a atenção as semelhanças de projeto do governador João Doria e do presidente da República. “Jair Bolsonaro deixou claro, em discurso feito nos EUA, que sua política era, antes de mais nada, de destruição”, afirmou Alencar.

Bom dia.
Triste no momento de dificuldade na saúde
Governador João Dória querer fazer uma maldade dessa ,qual a população carente que tanto necessita dos medicamentos fabricados na empresa Furp. E as outras empresas que são de tal l importância para a população do estado de São Paulo..
[…] Audiência pública mobiliza trabalhadores contra o PL 529/2020 […]
Cadê a informação da AUDIENCIA PÙBLICA??? quando e onde?