No dia seguinte ao violento ataque contra trabalhadores que vieram à Assembleia Legislativa de São Paulo e foram alvejados com tiros de bala de borracha, bombas e porradas pela tropa de choque, sob comandos do governador do Estado, João Doria, e o deputado Cauê Macris, presidente da Alesp, os servidores e servidoras sofreram o golpe de misericórdia com a aprovação das mudanças na previdência estadual.
Desde que a proposta do governador chegou à Alesp, a bancada do PT se posicionou contra o projeto e saiu em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras estaduais. Foram dias de análises críticas, obstruções, ações judiciais para conter o ímpeto e crueldade do PSDB e da base aliada do governo para desfalcar o bolso do servidor público estadual.
O governador e o presidente da Alesp, juntamente com a bancada aliada, não mediram esforços nem força para garantir a aprovação desta medida nefasta para os trabalhadores dos serviços públicos estaduais. Ambos são os principais responsáveis pelo episódio mais violento da história da Assembleia Legislativa de São Paulo. Milhares de manifestantes foram recebidos com tiros, porradas e bombas da Tropa de Choque da Polícia Militar, sob as ordens de João Doria, Cauê Macris e do líder do governo, deputado Carlão Pignatari.
A bancada de oposição (PT, PSOL e PCdoB), junto com outros deputados e deputadas, repudiou com veemência esse triste episódio. Nossos deputados e deputadas sentiram os efeitos dessa violência desmedida e tentaram impedir que ela seguisse adiante.
Não aceitamos fazer parte da encenação por parte da bancada governista, que dissimulou uma suposta redução de danos aos prejuízos que as novas regras da previdência causarão aos trabalhadores e trabalhadoras do Estado. Votamos contra a proposta de Reforma da Previdência costurada pela base do governador.
O Estado de São Paulo possui 592 mil funcionários, deste montante cerca de 360 mil integram a faixa salarial entre R$ 3 mil e o teto do regime geral da previdência social, cujo valor é de R$ 6.101.06, e serão atingidos pelos percentuais escalonados progressivamente de 14% a 16%. Ou seja, a maioria dos trabalhadores do Estado será tungada.
Outro componente que o PT denuncia como de grande gravidade é a taxação de 11% dos pensionistas e aposentados que recebem a partir de R$ 1046,00.
A Bancada das deputadas e deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores resiste e insiste na defesa dos trabalhadores. Seguirá nas ações em busca de Justiça e continuará denunciando a farsa dos deputados da base do governo, que tentam ludibriar os servidores públicos, que para se aposentares terão de pagar mais, trabalhar por mais tempo e ainda perderão a integralidade e outros benefícios duramente conquistados ao longo de anos de luta.
Teonilio Barba Lula
Deputado estadual e líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo
