Seminário da Frente Parlamentar resulta em proposta de projeto de lei que vai incentivar a indústria de tecnologia
Evento que reuniu Poder Público, universidades e indústria na Alesp, resulta em proposta de Projeto de Lei para instituir o Dia Paulista da Indústria de Tecnologia para a Saúde e em assinatura de MoU entre ABIMED e Inova USP.
O seminário “O Papel da Indústria de Tecnologia para Saúde na Transformação Digital
dos Municípios Paulistas”, realizado nesta segunda-feira (24/11), na Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo (Alesp), resultou na apresentação de uma proposta de Projeto de Lei
para instituir o Dia Paulista da Indústria de Tecnologia para a Saúde e na assinatura de um
Memorando de Entendimento entre a ABIMED e o Inova USP.
Coordenado pelo deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT-SP), por meio da
Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação e sua Integração
com o Mercado de Trabalho, o evento reuniu representantes dos governos federal e estadual,
universidades, indústria e especialistas para debater a interoperabilidade como eixo
estratégico para modernizar o Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar a eficiência do
atendimento nos municípios paulistas.
Foi apresentada ao deputado a proposta de projeto de lei que reconhece oficialmente
a relevância econômica e social da indústria de tecnologia para a saúde, setor que reúne
mais de 12 mil empresas no Brasil, emprega cerca de 270 mil pessoas e concentra
aproximadamente 70% de suas atividades no Estado de São Paulo. A proposta foi entregue
pelo presidente da Abimed, Fernando Silveira.
Na abertura, Marcolino ressaltou que a transformação digital é uma ferramenta
decisiva para enfrentar desafios históricos do SUS, como filas, demora no atendimento e
desigualdade no acesso a especialistas.“A tecnologia pode ser uma grande aliada da decisão
médica. A inteligência artificial pode salvar vidas, tornar a atenção básica mais preventiva e
menos reativa e reduzir a sobrecarga dos hospitais. Precisamos adaptar o SUS aos novos
tempos, sem abrir mão da universalidade, que é uma conquista da Constituição de 1988”,
afirmou.
O parlamentar destacou que soluções como inteligência artificial, telessaúde e
interoperabilidade dos sistemas permitem acompanhamento contínuo do paciente, redução
de internações, diminuição de erros médicos e melhor gestão de recursos públicos,
aproximando o SUS de modelos internacionais mais eficientes.
A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela
Haddad, apresentou avanços da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), que já
concentra mais de 3,1 bilhões de registros, além da consolidação das plataformas Meu SUS
Digital, SUS Digital Profissional e SUS Digital Gestor. Segundo ela, a telessaúde já alcança
44% dos municípios brasileiros, com impacto direto na ampliação do acesso e na redução de
custos.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, destacou
investimentos em polos de saúde em Campinas, Ribeirão Preto, Barretos e Sertãozinho e
defendeu a expansão da conectividade, especialmente nos pequenos municípios, como
condição para consolidar a transformação digital na saúde.
Representantes da Secretaria de Estado da Saúde e da área de ciência e tecnologia
também apresentaram dados sobre investimentos superiores a R$ 166 milhões em
digitalização e ampliação de atendimentos remotos, reforçando a importância da integração
de sistemas desde a compra de equipamentos até a oferta do serviço na ponta.
Ao final do seminário, Marcolino afirmou que os encaminhamentos representam um
avanço concreto na articulação entre poder público, setor produtivo e academia. “Nosso papel
é criar esses espaços de interlocução e transformar debate em ação concreta. O
compromisso é garantir que a inovação chegue a toda a população, fortalecendo o SUS,
reduzindo desigualdades e assegurando que a tecnologia esteja a serviço das pessoas”,
concluiu.
