O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, participa nesta quinta-feira, 2/6, às 19h, da audiência pública que discute o Orçamento do Estado para 2023, na Assembleia Legislativa de São Paulo, e vai pedir aos deputados mais investimentos e políticas públicas voltadas para as pessoas em situação de rua. A falta dessas políticas e o baixo orçamento da assistência social vêm sendo denunciados há anos pelo deputado Enio Tatto, que representa o PT na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, responsável pela realização das audiências sobre o orçamento em todo o Estado.
De acordo com o Censo da População em Situação de Rua, realizado pela prefeitura de São Paulo entre outubro e dezembro de 2021 e divulgado em janeiro de 2022, havia 31.884 pessoas vivendo nas ruas da cidade, o que representa 7.540 ou 31% a mais do que o constatado em 2019. Esse número, no entanto, pode estar altamente subnotificado. Padre Júlio e outros coordenadores de organizações que trabalham diretamente com essa população contestaram os resultados do censo municipal, observando que o Cadastro Único, do Ministério da Cidadania, já mostrava, em dezembro de 2019, 33.292 famílias sem-teto na cidade de São Paulo.
“Dinheiro há. O orçamento deste ano é supera os R$ 300 bilhões, mas áreas importantes, como assistência social, juventude, cultura e agricultura sempre recebem, cada uma, menos de meio por cento do orçamento. Temos que mudar imediatamente esse quadro”, diz Enio.
Os debates sobre o Orçamento do Estado para 2023 que ocorrem na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira, encerram o ciclo de 30 audiências públicas realizadas em todas as regiões do Estado São Paulo, para recolher sugestões de moradores, vereadores, prefeitos, lideranças sindicais e sociais sobre necessidades e prioridades locais, ações e investimentos do Estado.
Na avaliação de Enio Tatto, as audiências públicas possibilitam que a sociedade traga suas pautas para o parlamento, de forma a sensibilizar os deputados para suas necessidades e a presença do padre Júlio Lancellotti pode reforçar a demanda social por imediata adoção de políticas públicas e maior dotação orçamentária, em apoio às pessoas e famílias atingidas pelo desemprego, despejos e fome sofrendo abandonadas ao relento das vias públicas.
