TRABALHADORES DO METRÔ E DA CPTM SE MOBILIZAM CONTRA PRIVATIZAÇÕES
TRABALHADORES DO METRÔ E DA CPTM SE MOBILIZAM CONTRA PRIVATIZAÇÕES

Metroviários cobram a ampliação da investigação sobre acidente no monotrilho

Metroviários e ferroviários realizaram audiência pública, nesta terça-feira, 11/4, na Assembleia Legislativa, para discutir as privatização e terceirização do transporte sobre trilhos em São Paulo e os frequentes acidentes da Linha 15-Monotrilho do Metrô e das Linhas 8 e 9 da CPTM.

A audiência foi organizada pelo Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo e teve a participação de várias entidades sindicais dos trabalhadores do transporte sobre trilhos e de outras categorias e de parlamentares das bancadas do PSOL, do PT e do PCdoB.

O deputado Simão Pedro disse que as empresas do setor metroferroviário mais eficientes do mundo são estatais e as que investem em capital intelectual. Ele acrescentou que o plano principal do governador Tarcísio de Freitas é privatizar e entregar empresas públicas eficientes e lucrativas. “Tarcísio quer fazer negócios e passar o patrimônio público para o setor privado. Quer dar continuidade às agressões contra os metroviários praticadas pelos governos de Doria e Rodrigo Garcia. Vamos fazer a resistência para não deixar que isso aconteça. Estamos começando a esquentar as baterias”, afirmou.

A deputada Paula da Bancada Feminista (PSOL) avalia que a greve dos metroviários, em março, impactou o governo e foi uma das principais marcas dos cem dias de gestão de Tarcísio de Freitas. Segundo ela, o governador, ao invés de assumir as responsabilidades pelas constantes falhas e acidentes das linhas do Metrô e da CPTM, opta pela punição dos trabalhadores.

Tarcísio de Freitas, durante a greve dos metroviários, mentiu para a população dizendo que iria liberar a catraca, mas voltou atrás na decisão e acionou a Justiça para retornarem as operações do Metrô. Ontem, ele anunciou que serão iniciados os estudos para a privatização do metrô, especialmente da Linha 7.

A presidente do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo, Camila Lisboa, disse que os trabalhadores e usuários vão enfrentar um grande paredão neoliberal em São Paulo. Segundo ela, Tarcísio já decidiu mirar o transporte público metroferroviário. “O governo odeia os trabalhadores e vai fazer o possível para destruir a qualidade do transporte sobre trilhos em São Paulo”.

Camila afirmou que o monotrilho foi imposto pela Auston, empresa da área de infraestrutura de energia e transporte, uma das principais fornecedoras do Metrô. Os trabalhadores e técnicos do metrô já apontavam, à época, que o sistema é inseguro, como agora se comprova. Porém, o governo prefere imputar a culpa pelo acidente aos trabalhadores. “É obrigação do Estado oferecer transporte seguro e rápido e investir na modernização do sistema”, ela afirmou.

A presidente do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias considera que a principal missão dos trabalhadores e dos parlamentares é pressionar para a ampliação da investigação sobre acidente do monotrilho e enfrentar a privatização. “Não importa nossas diferenças. Temos de fazer uma grande frente de unidade e mostrar para o governador a força dos trabalhadores.”

ACIDENTES E FALHAS CONSTANTES

As Linhas 8 e 9 da CPTM têm apresentado falhas constantes. A colisão entre trens na Linha 15-Monotrilho do Metrô, no dia 8 de março, também chamou a atenção da população de São Paulo e de cidades vizinhas, assim como da imprensa.

As Linhas 8 e 9 foram privatizadas e passaram para o controle da ViaMobilidade, em 27/1/22. Desde então, os passageiros passam por transtornos diários, com falhas, acidentes e descarrilamentos. As falhas são quase sete vezes maiores do que as registradas no último ano de operação do conjunto de linhas da CPTM. A concessionária ViaMobilidade é alvo de investigação no Ministério Público de São Paulo, que pediu o fim do contrato de concessão. Porém, o governador Tarcísio de Freitas se recusou a rescindir o contrato com a concessionária.

Já a Linha 15 do monotrilho vive vários processos de terceirização. No dia 8/3, houve uma colisão entre duas composições, incidente que se somou às inúmeras falhas no sistema automático de proteção dos trens. “Ao invés de questionar a empresa responsável por esse sistema, a direção do Metrô e o governo do Estado promovem uma perseguição aos trabalhadores”, atesta o sindicato dos metroviários.

2 Comments

  1. Humberto Sousa
    13/04/2023 at 19:56

    É óbvio que os metroviários provocam falhas, para boicotar a privatização da CPTM, quem perde com essa bandalheira são os trabalhadores do setor privado, que utilizam transporte público.
    Ou seja, os funcionários públicos
    não querem perder seus escandalosos privilégios e mandam para nós, idiotas pagadores de impstos.

  2. Humberto Sousa
    13/04/2023 at 19:57

    É óbvio que os metroviários provocam falhas, para boicotar a privatização da CPTM, quem perde com essa bandalheira são os trabalhadores do setor privado, que utilizam transporte público.
    Ou seja, os funcionários públicos
    não querem perder seus escandalosos privilégios.

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