Governador consegue aprovar prorrogação venda de terras públicas
Governador consegue aprovar prorrogação venda de terras públicas

Após discursos cobrando de Tarcísio de Freitas (Republicanos) cumprimento de palavra dada, deputados dos partidos que dão sustentação ao governador aprovaram  a dilatação de prazo, até 2026, para o recebimento de propostas de compra, por particulares, das terras públicas devolutas que deveriam ser destinadas a assentamentos de trabalhadores rurais, comunidades quilombolas, indígenas e à preservação do meio ambiente.

O governo tinha pressa para promover a liquidação de terras públicas,  mas só conseguiu concluir a votação, no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, nesta quarta-feira, 24/4. Antes, três tentativas do governo não receberam o apoio dos deputados da base.

Por outro lado, mesmo antes da sessão desta quarta, o governo já anunciava que a aprovação seria uma das novidades anunciadas na feira do agronegócio, a Agrishow, que começa no domingo, 28/4, em Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo.

O PL 1.589/2023, aprovado, altera os prazos do Programa Estadual de Regularização de Terras estabelecido pelo governo João Doria/Rodrigo Garcia em 2022. Ele foi apresentado pelo governador Tarcísio que está concedendo generosos descontos, de até 90%, para ajudar seus amigos fazendeiros a se apropriarem de terras públicas, que deveriam ser destinadas a assentamentos de trabalhadores rurais, comunidades quilombolas, indígenas e à preservação do meio ambiente.

Inconstitucionalidade

A bancada da Federação PT/PCdoB/PV denunciou as irregularidades da venda das terras devolutas desde a apresentação do Programa Estadual de Regularização de Terras e questiona a constitucionalidade da lei que o instituiu.

Resistindo à aprovação de mais um agravante à entrega de terras públicas a grandes proprietários, deputadas e deputados se fizeram presente na tribuna, mesmo quando os parlamentares que apoiam o governo se retiraram do plenário.

Nesta quarta, da tribuna, a deputada Beth Sahão indagou quais os motivos que levaram os parlamentares governista a suspender a obstrução à votação de um projeto que “beneficia quem não precisa”.

Para o deputado Teonilio Barba, é preciso deixar claro que o programa de regularização em nenhum momento tratou da agricultura familiar, de assentamento de terra.

“Terra devoluta, segundo a Constituição, é para a reforma agrária”, lembrou Ana Perugini, afirmando que se o agronegócio vai bem é porque tem isenções.

Simão Pedro, Dr. Jorge do Carmo e Eduardo Suplicy também subiram à tribuna para marcar posição contrária ao projeto e destacar que a bancada petista aguarda a manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à Ação Direta de Inconstitucionalidade referente à Lei 17.557/2022, que dispõe sobre a compra e regularização de terras devolutas no Estado.

Fotos: Rodrigo Costa/Alesp

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