Apesar de sediar o maior polo tecnológico do país, a região do Vale do Paraíba padece dos mesmos problemas que atingem vários municípios do Estado de São Paulo, inclusive em regiões menos desenvolvidos.

Falta d’água, coleta e tratamento de esgoto, necessidade de delegacias das mulheres acompanhadas de políticas públicas de apoio às mulheres vítimas de violência, além das demandas de ações voltadas cultura, esporte como políticas de apoio à juventude, foram reivindicações foram levadas aos deputados estaduais da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia Legislativa pelos vereadores e lideranças das cidades da região.

Outra questão recorrente nas manifestações foi a falta de melhorias e manutenção de estradas estaduais que cortam a região, bem como à falta de segurança nas rodovias Monteiro Lobato (SP-50), Henrique Eroles (SP-66) e Doutor Manuel Hipólito Rego (SP-55).

Entre os participantes, o ex- vereador Tonhão Dutra classificou como abusivos os custos das tarifas de água e luz e reivindicou o apoio do Estado para a construção de poços artesianos e cisternas para a população da zona rural, em razão da falta d’ água.

O ex-prefeito de São José dos Campos e ex- deputado estadual pelo PT, Carlinhos Almeida, mencionou a elevação do número de acidentes. “Na SP-50 há muitos acidentes e atualmente os radares estão desligados. A coisa ficou ainda mais complicada em termos de segurança tanto para quem usa a estrada, quanto para os moradores que precisam fazer a travessia”, disse.

A presença das mulheres na audiência foi marcada por críticas às políticas nas áreas sociais e na infraestrutura. Dandara de Sônia, presidente da Câmara Municipal de Caçapava, cobrou recursos orçamentários destinados a melhorias na infraestrutura da cidade que, segundo a vereadora, tem sofrido com falta de drenagem que provocam enchentes nas regiões centrais e periféricas. “Nós temos vivido desemprego crescente, não temos recebido investimentos na atenção básica em saúde, a cidade conta com apenas duas viaturas do Samu”.

A falta de remuneração dos mediadores de conflitos e conciliadores foi a reivindicação trazida por Marcia Maria Cristina da Silva, que lembrou que a atividade é regulamentada por legislação específica e que precisa ser incluída no Orçamento do Estado.

A vereadora petista Amélia Naomi chegou acompanhada por moradores que trouxeram uma faixa contra a instalação de termoelétrica em São José dos Campos. Para os manifestantes, as termoelétricas podem causar mais poluição, queima de combustível fóssil e o consumo de água.

Naomi elencou algumas reivindicações dos moradores da região como a instalação de mais distrito policiais, aquisição de vacinas e ampliação do ensino médio.

As vereadoras presentes também cobraram a inclusão da ampliação do distrito policial de São José dos Campos e da criação de uma delegacia de defesa da mulher 24h no Orçamento para a região. “Todas as vereadoras sabem que é uma demanda importante para nossa cidade, além da delegacia 24h, nós precisamos lutar por políticas de assistência que deem mais proteção às mulheres”, disse a vereadora Amélia Naomi.

Já a vereadora Juliana Fraga defendeu a constituição do bilhete único metropolitano.

Todas as colocações foram acompanhadas pelo deputado Enio Tatto que chamou atenção para a dimensão do Orçamento estadual que, em 2022, deve atingir R$ 270 milhões, o maior de todos os Estados da federação. “São Paulo deveria ser exemplo e ter ações de destaques em diversas áreas, como educação, saúde, meio ambiente, na indústria, comércio. O Estado tem dinheiro, precisamos aproveitar este momento para discutir, cobrar e opinar aonde queremos investimentos”, defendeu o deputado.

“O ano passado, primeiro ano de pandemia, o Estado fechou o ano com dinheiro em caixa, com superávit de R$ 7 bilhões e já levantamos que até julho deste ano o governo tinha executado apenas 37% do orçamento”.

Na avaliação do deputado, enquanto a população está passando fome, sofrendo com falta de emprego, comerciantes e pequenos empreendedores fechando as portas e demitindo seus empregados, o governo Doria está fazendo caixa para sua disputa nas eleições.