Ato em solidariedade ao povo palestino repudia massacre em Gaza
Ato em solidariedade ao povo palestino repudia massacre em Gaza

Manifestações de repúdio ao massacre executado pelo exército israelense na Faixa de Gaza marcaram o ato solene em comemoração ao Dia internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, promovido pelo deputado Maurici, na segunda-feira, dia 27/11, que reuniu representantes de organizações árabe-palestinas, integrantes de movimentos sociais e lideranças religiosas.

O cônsul-geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi, o secretário-geral da Confederação Palestina da América Latina e do Caribe (Coplac), Emir Mourad, o presidente da Federação Áraba Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, o presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta Pela Paz (Cebrapaz), Jamil Murad, e o Padre Júlio Lancellotti, da paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca e Coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, compuseram a mesa do ato, que foi coordenado pelo ex-deputado e ex-prefeito de Taubaté, Salvador Khuriyeh.

Na abertura do ato, o deputado Maurici protestou contra a atitude dos representantes do sionismo e do fascismo, presentes também no parlamento paulista, que criaram, semanas atrás, uma situação constrangedora durante um ato em solidariedade ao povo palestino realizado na Casa e que se refletiu na celebração desta segunda.

“A Casa, temendo novas repercussões daquela natureza, impediu que divulgássemos o linque de transmissão desta atividade com a antecedência que seria necessária”, afirmou Maurici.

O deputado petista disse que o ato é um pequeno gesto de solidariedade ao povo palestino e à sua luta pela soberania nacional, em conformidade com resolução da Organização das Nações Unidas. “Os ataques em curso hoje na Palestina significam uma tragédia humanitária sem precedentes, com milhares de mortes, incluindo crianças e mulheres, vítimas inocentes de uma resposta de Israel totalmente desproporcional ao ato cometido pelo Hamas. Esse massacre contra o povo palestino precisa acabar imediatamente.”

Maurici defendeu a constituição de dois estados nacionais, um palestino e um israelense, garantindo o direito à autodeterminação, soberania, autonomia e condições de desenvolvimento e de uma economia viável para a Palestina. Ele também lembrou que a Assembleia Legislativa há muito tempo estabeleceu o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, que é comemorado anualmente, no dia 29 de novembro, instituído pela Lei Estadual 4439, de 7 de dezembro de 1984. O parlamentar parabenizou as pessoas e organizações que lutam incansavelmente pela causa do povo palestino.

Soraya Misleh, da Frente em Defesa do Povo Palestino, registrou que o dia 29 de novembro não é exatamente um dia feliz para o povo palestino. A data marca a primeira sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1947, que recomendou a partilha da Palestina entre um estado judeu e um árabe, delegando então o território a um projeto colonial sionistas, sem consulta aos habitantes nativos. “Um sinal verde para a limpeza étnica”, opina Soraya, que é filha de um sobrevivente da ocupação israelense, entre os 800 mil palestinos expulsos do território invadido. “Vivemos uma nova fase da Nakba (catástrofe que marca o êxodo palestino), com o genocídio em curso há quase 50 dias em Gaza, que já matou quase 22 mil palestinos e já deslocou quase 1,7 milhão de pessoas.”

“Não temos que ter medo de estar na resistência e sermos atacados e incompreendidos porque essa é a nossa luta”, afirmou o padre Júlio Lancellotti, ressaltando que essa luta do povo palestino se irmana com todos os oprimidos do mundo e do Brasil, que neste momento também lutam por uma vida libertária, como a população de rua, os encarcerados, as mulheres, os indígenas, os quilombolas, que buscam diariamente uma vida digna, de liberdade e de verdade. O pároco lembrou que todos os armamentos usados pelo exército israelense contra o povo palestino são os mesmos empregados pela polícia de São Paulo contra os pobres e os que lutam contra a opressão.

Ualid Rabah, presidente da Fepal, disse que é pouco provável que tenha havido na história humana um enfrentamento de tal magnitude de um povo contra o poder de um estado colonizador. “Estamos falando de genocídio. Temos agora em Gaza e Cisjordânia um pouco mais de 22 mil palestinos assassinados pela máquina de extermínio israelense. São 468 mortos por dia.” Numa projeção de escala, esse número da mortandade na Palestina equivale a cinco vezes mais do que os 70 milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial, o maior genocídio da história.

São 6.150 crianças assassinadas e 4.700 as que estão embaixo dos escombros. “Nem Herodes teria conseguido fazer essa matança. Já é o maior morticínio de crianças causado por guerra convencional de todos os tempos.” Segundo Rabah, matar crianças e mulheres na maior escala industrial já vista significa eliminar os ventres e rebentos e colocar em colapso a capacidade reprodutiva de uma sociedade inteira. “Está se promovendo um genocídio de médio e longo prazo. A esterilização de uma sociedade. Isto é genocídio”, concluiu Rabah, questionando as razões que impedem o rompimento de relações diplomáticas e econômicas com Israel, um estado escandalosamente genocida.

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