A Bancada de deputadas e deputados do Partido dos Trabalhadores despede-se da companheira Clara Charf com muita emoção, admiração e reconhecimento por sua inabalável coragem e disposição para lutar em defesa do povo brasileiro.
Assim como o centenário de Clara Charf foi celebrado com música, flores e homenagens emocionantes, sua despedida é marcada pela celebração à vida e pela exaltação à solidariedade e ao comprometimento com a ação política.
Clara foi uma militante incansável. Sua atuação política começou cedo, aos 20 anos, nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB), onde conheceu Carlos Marighella, seu companheiro de vida e militância. Viveu na clandestinidade durante os anos pós-Segunda Guerra Mundial e atuou contra a ditadura civil-militar, instaurada em 1964. Integrou a Ação Libertadora Nacional (ALN).
Após a morte de Marighella, Clara se exilou em Cuba, onde viveu por dez anos, trabalhando como tradutora. Com a promulgação da Lei da Anistia em 1979, voltou ao Brasil, e se filiou ao recém fundado Partido dos Trabalhadores (PT), pelo qual saiu candidata a deputada federal em 1982.
Clara Charf é uma referência para as mulheres e homens do Partido dos Trabalhadores, integrou a Secretaria de Mulheres da legenda e o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.
Curiosamente, Clara morre um dia antes da data de morte de Marighella, há 56 anos: 4 de novembro de 1969. A história trabalha com coincidências. E Clara, no topo de seus 100 anos, lança luz a todos aqueles que lutaram, sofreram, foram torturados e assassinados.
Clara Charf está entre aqueles que desejaram construir um outro país, com mulheres e homens livres e felizes. “Desejo simples do ser humano. Por isso, os lutadores estão em nosso coração.”
Viva, Clara Charf.
Bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa de São Paulo
