A bancada do PT conseguiu barrar o projeto de extinção da Fundação de Remédio Popular- FURP, que foi levado ao plenário em 04/11. Acompanhada pelos funcionários da FURP, a sessão foi obstruída pela bancada, que apresentou críticas à propositura e informou o voto contrário à iniciativa.

Em oposição à proposta, a obstrução da Bancada do PT começou em plenário com o deputado Barba, que trouxe à análise as ações do ex- governador Doria para extinguir, fundir e privatizar várias instituições públicas que tinham papel fundamental para o Estado de São Paulo.
Barba destacou a extinção da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), na gestão Doria, que trouxe impactos negativos que podem ser notados até hoje, como a falta de ações, profissionais e expertise no controle dos transmissores como dengue, febre amarela, leishmaniose, malária, esquistossomose, doença de chagas, Zika Chikungunya entre outras.
Barba, que durante o governo Doria, cumpriu o papel de líder da bancada petista, ressaltou a similaridade entre o governo Doria e o governo Tarcísio no propósito de eliminação da empresa pública.
A deputada professora Bebel apontou o perfil mercadológico da gestão Tarcísio. A FURP não pode ser avaliada e enquadrada na lógica de gerar lucro. A petista elencou algumas sugestões para a manutenção da Fundação, inclusive com a parceria para garantir a produção de medicamentos que fazem parte do portfólio dos remédios distribuídos pelo SUS.
O argumento governamental do fator deficitário da FURP também foi ponto do embate feito pela deputada Beth Sahão, que integrou a CPI da FURP, em 2019. Segundo ela, as finanças da unidade Guarulhos da FURP foram drenadas em razão da PPP – Parceria Pública Privada, que construiu a unidade de Américo Brasiliense. `
Para a deputada, a má gestão dos recursos públicos é que fragilizou a FURP, que tem sido sucateada na gestão Tarcísio.
A falta de compromisso de Tarcísio com o patrimônio público também foi discorrido pelo deputado Paulo Fiorilo, que ironizou a base governista por ser menosprezada pelo governo no cumprimento e execução das emendas.
O deputado Dr. Jorge do Carmo, em consonância com seus companheiros de bancada, condenou a extinção da instituição e salientou que a FURP tem vocação de produzir remédios e que se distingue da função do Instituto Butantan, que de acordo com os governistas poderá incorporar os trabalhadores da FURP.
Por outro lado, o deputado Luiz Claudio Marcolino, em suas manifestações em plenário, observou que no projeto não existe o caráter de fusão e nem de incorporação. Lembrou a falta de remédio nas prefeituras e que o Programa Dose Certa entregou 25 milhões de frações de medicamentos.
A deputada Márcia Lia também teceu críticas ao projeto e destacou que o governo não tem feito repasse para o IAMSPE, abandonando a saúde dos servidores, e que agora quer acabar com a instituição que produz remédio popular.
Após as manifestações dos petistas, foi dado iniciou ao processo de votação, porém, o governo não conseguiu quórum e a votação foi adiada.
