Trabalhadores rurais protestam contra projeto de Serra de incentivo ao latifúndio

10/02/2009 18:57:00

Reforma agrária

 

A Central Única dos Trabalhadores, movimentos sociais e entidades que lutam em defesa dos trabalhadores rurais enviaram carta ao governador José Serra denunciando a arbitrariedade dos responsáveis pelo Itesp, Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo, e a falta de critérios do Projeto de Lei 578/2007, de autoria do próprio governador.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores é contra o PL, que fere a Constituição Federal, ao propor a regularização da posse de terras com área superior a 500 hectares na região oeste do Estado. Conhecido como Projeto Pró-Latifúndio, o PL pretende beneficiar grileiros ligados à UDR – União Democrática Ruralista – e que tem interesse privado na região do Pontal do Paranapanema.

A Frente Parlamentar Pela Reforma Agrária, criada pelo deputado Simão Pedro e integrada por parte expressiva da bancada petista, acompanha a tramitação do projeto e apoia a luta dos trabalhadores rurais, que reivindicam participação nos processos de concessão de terras públicas.

O Movimento dos Sem Terra e outros grupos que representam os trabalhadores rurais realizaram na última segunda-feira, dia 09, Atos Públicos em frente aos escritórios do Itesp no Pontal do Paranapanema.

Veja abaixo o Manifesto dos Movimentos Sociais, referente à questão, que foi enviado ao governador.

MANIFESTO

Obriga-nos o governo de José Serra a mobilizar as forças dos Trabalhadores da terra no Pontal, em protesto contra a usurpação de nosso direito sagrado de acesso à terra para trabalhar.

Este governador, que é representante da elite rural na Assembleia Legislativa, quer dar um presente para os grileiros latifundiários, beneficiando os que vivem da exploração e especulação da terra.

O Projeto de Lei 578/2007 – Pró Latifúndio Improdutivo -, de autoria de José Sera, presenteia com 300 mil hectares de terras públicas 200 latifundiários. Nesta área seria possível assentar 15 mil famílias.

O governador tucano que forja sua personalidade na idéia neoliberal tornou-se uma versão moderna de Robin Hood trapalhão que tira dos pobres para dar aos ricos. Serra, como bom neoliberal, é impiedoso. Para ele a questão social não tem importância alguma.

Ele diz mesmo que a reforma agrária é insuportável, pois envolve desapropriação, crédito para o agricultor, educação, habitação, estradas e assistências. Declaração histórica que deixa sem entender a serventia que tem um governo de Estado.

Na visão caolha do governador-economista-tucano-neoliberal, insuportável é o povo. É o povo quem necessita de educação, habitação, transporte, assistência e crédito para produzir. Isto tudo é “prejuízo” nas contas do seu governo.

Sem medir conseqüências, sem qualquer previsão social, o governador tucano e o seu Projeto Pró-Latifúndio Improdutivo será o causador da maior exclusão social já vista na história do Pontal.

Como se não bastasse a exclusão social já existente no Pontal, região das mais esquecidas e atrasadas do Estado, há o desemprego gerado pela monocultura da cana, incentivada pela colheita mecanizada.

O tempo será o juiz e decidirá que não é possível governar sem povo como deseja Serra. Sendo totalmente contrários à farsa desta política neoliberal e suas conseqüências nefastas para o Pontal, reivindicamos em frente aos escritórios do Itesp no Pontal:

–         O fim do PL 578/2007;

–         Agilização dos acordos;

–         Substituição do comando do Itesp;

–         Transferência do comando da reforma agrária para o Incra;

–         Proibição do plantio de cana em áreas julgadas como terras públicas;

–         Garantia de participação das lideranças dos movimentos sociais nas comissões de seleção no Pontal;

–         Ocupação dos lotes vagos nos assentamentos pelas famílias acampadas e agregados filhos de assentados;

–         Criação de programas de subsídio à produção e escoamento de alimentos e

–         Apoio ao Programa de Biodiesel no Pontal com incentivo à produção de oleaginosos nos assentamentos.

NÃO À POLÍTICA DE DISCRIMINAÇÃO SOCIAL E EXCLUSÃO DO GOVERNO DO ESTADO.!

CUT, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, MST , MAST, UNITERRA, TERRA BRASIL,MTST.CGTB.CPT

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