Torcidas organizadas participam de audiência em apoio a projeto de petistas

07/04/2010 18:38:00

Futebol

 

Em uma demonstração de cidadania e espírito esportivo, membros das principais torcidas organizadas do Estado de São Paulo lotaram o Auditório Franco Montoro na tarde desta quarta-feira (07/04) para acompanhar a audiência pública sobre o PL 204/2010, apresentado pelos deputados petistas Roberto Felício e Vicente Cândido para ampliar a prevenção à violência e permitir a volta dos bandeirões com hastes nos estádios paulistas.

A Torcida Jovem da Ponte Preta e a Gaviões da Fiel trouxeram suas bandeiras para decorar o auditório. O presidente da Comissão de Esportes e Turismo da Assembleia, Vicente Cândido, comandou a audiência e destacou, na abertura, a importância de ouvir todos os segmentos interessados sobre o tema que desperta polêmica desde que a presença de bandeiras com hastes de bambu foi proibida, em 1996, devido à morte de um torcedor durante confronto entre torcidas organizadas no Estádio do Pacaembu.

“Nos outros Estados da Federação, as bandeiras são permitidas”, disse Vicente Cândido. Para o deputado Roberto Felício, as bandeiras tornam os jogos ainda mais bonitos. “O projeto que apresentamos prevê a identificação do material para que haja controle e o torcedor tenha responsabilidade sobre qualquer ação”, explicou Felício.

Única mulher a integrar a mesa da audiência, a deputada Maria Lúcia Prandi também defendeu o direito das torcidas levarem suas bandeiras aos estádios. “Não vamos garantir a paz nos estádios com proibições”, justificou Maria Lúcia.

Para o deputado Enio Tatto, autor de um projeto para limitar o horário das partidas de futebol, o envolvimento dos torcedores com todos os temas que envolvam o esporte é essencial. “Discutimos aqui na Assembleia os horários das partidas, por exemplo, porque os jogos têm ocorrido cada vez mais tarde por interesses comerciais sem que os torcedores tenham sido ouvidos”, explicou.

Representantes das maiores torcidas deram seu apoio ao PL 204. “Antes dos jogos, nós sempre realizamos reuniões com o Comando da PM para atender a todas as solicitações para garantir a segurança e identificar o que vamos levar aos estádios. Se pudermos levar as nossas bandeiras, teremos o mesmo procedimento”, garantiu Thiago Guerreiro, assessor de imprensa da Torcida Gaviões da Fiel.

Para Marcos Lopes, relações públicas da Torcida Independentes, a bandeira faz parte da indumentária dos jogos. “Viajamos o Brasil inteiro para acompanhar os jogos e a proibição ás bandeiras só existe nos estádios paulistas. Não temos culpa de episódios isolados de violência que ocorrem não apenas nos estádios”, disse Lopes.

O vice-presidente financeiro da Federação Paulista de Futebol, Rogério Caboclo, destacou que o projeto de lei de Roberto Felício e Vicente Cândido pode ser implementado sem risco de violência, já que as reuniões preparatórias aos jogos entre torcidas e policiais fazem parte da rotina de organização das partidas. “O envolvimento da Polícia Militar, do Ministério Público e de outros agentes nestas questões previne confrontos”, explicou.

“Violência se combate com inteligência. As bandeiras sempre foram um símbolo de paz”, concluiu Sérgio Rossetto, do Clube do Torcedor.

 

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