PT – 30 anos

Os anseios que movimentaram trabalhadores, estudantes e intelectuais que sonhavam com um País mais justo, há 30 anos, concretizaram-se, mas estão longe de se esgotar. Foi assim que o senador Eduardo Suplicy, a assessora especial da Presidência Clara Ant e outros petistas notórios resumiram a trajetória do Partido dos Trabalhadores, da sua fundação, em 1980, até os dias atuais.

Militantes e parlamentares confraternizaram-se na sessão solene que comemorou os 30 anos do PT no Legislativo Paulista, no Plenário JK na noite desta segunda-feira (22/02). Presidida pelo líder da Bancada, deputado Rui Falcão, a sessão reuniu, além de Suplicy e da ex-constituinte Clara Ant, os ex-deputados estaduais Arlindo Chinaglia, Antonio Donato, Beatriz Pardi, Marcelo Cândido e Mário Reali, além do presidente do PT Estadual, Edinho Silva, e do deputado José Zico Prado, que está em seu quinto mandato.

“Éramos seis na primeira Bancada, totalmente envolvidos na luta em defesa da redemocratização do País e das reivindicações populares, como moradia, saúde e habitação”, relembrou o senador Eduardo Suplicy, eleito deputado estadual em 1979 e um dos fundadores do PT.

Episódios inesquecíveis, que tiveram a Bancada do Partido dos Trabalhadores como protagonista, foram relembrados, como o fim da aposentadoria dos deputados, um projeto de Roberto Gouveia transformado em lei, e a liberação do uso de calças compridas para as mulheres que trabalhavam na Assembleia, uma luta da ex-parlamentar Irma Passoni.

Pioneiros e inovadores

“Toda a Bancada do PT renunciou ao benefício da aposentadoria, forçando a aprovação do projeto de lei do deputado Roberto Gouveia e isso foi o início de uma reforma política que prossegue até os dias atuais. O fato de as mulheres garantirem o direito de vestir calça comprida foi muito importante também porque o referencial do Legislativo era totalmente masculino”, relembrou a ex-deputada Clara Ant, destacando outras conquistas femininas garantidas pelo Partido.

As ex-deputadas estaduais Luiza Erundina e Telma de Souza afastaram-se dos cargos no final da década de 80, depois de serem eleitas como as primeiras mulheres a ocuparem as Prefeituras de São Paulo e Santos, respectivamente.

A atitude pioneira dos petistas na política também garantiu que o Partido elegesse o primeiro operário à Presidência da República no País. “Para continuar a tradição de romper tabus, estamos em campanha para eleger a primeira mulher à Presidência”, concluiu a ex-deputada constituinte.

A voz e a vez do povo

Também integrante da Bancada Constituinte, o deputado federal Arlindo Chinaglia definiu o PT como uma espécie de universidade popular, forjada na arbitrariedade imposta pelo regime militar. “Somos herdeiros das melhores tradições democráticas. Quando a ditadura exigiu que, para fundar um partido, deveríamos reunir filiações em pelo menos 20% dos municípios de nove estados brasileiros, fomos aos estádios e às fábricas e participamos de greves e de todas as lutas contra a repressão. Conseguimos fundar o Partido assumindo a defesa dos mais pobres e oprimidos”, disse Chinaglia.

Para o presidente do Diretório do PT-SP, Edinho Silva, a atuação do Partido nas lutas marcantes da recente história do País e a possibilidade das pessoas que nunca tiveram expressão política entrarem em cena consolidou-se na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

 “Hoje, o nosso presidente é um dos grandes líderes globais e isto é resultado de todas as experiências do PT ao longo de sua trajetória”, disse Edinho, que integrou a assessoria da Bancada do Partido dos Trabalhadores durante os trabalhos da Constituição Estadual.

O líder da Bancada do PT encerrou a sessão, destacando algumas das principais lutas do partido, como a defesa incondicional dos direitos humanos e dos ideais democráticos e a posição contrária à privatização de setores estratégicos da economia.

“O PT é o único Partido do Brasil que elege democraticamente os seus dirigentes. Estamos sempre ao lado dos movimentos sociais e, atualmente, a nossa grande tarefa é fazer oposição ao projeto neoliberal de Serra e Fernando Henrique”, concluiu Rui Falcão.

A programação em homenagem aos 30 anos de atuação do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo prossegue até o dia 26 de fevereiro.