Saúde e condições de trabalho de professores foram temas de debate

24/06/2008 17:53:00

Educação

 

O mandato do deputado Roberto Felício organizou nesta terça-feira (24/6) audiência pública para sobre doenças profissionais e a Lei 1041/08 (que estipula o número de 6 faltas anuais) que afetam os professores da rede estadual de ensino.

A atividade faz parte da campanha em defesa da valorização dos professores e do resgate da escola pública encabeçada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) em parceria com o gabinete do deputado Roberto Felício e com apoio da liderança da bancada do PT na Assembléia Legislativa.

Participaram do evento Roberto Franklin de Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o Doutor Herval Pina, da Universidade de São Paulo, Juliana Oliveira, da Fundacentro, Alexandre Ferraz, do Dieese e a professora Nilcéia Vitorino, da Apeoesp.

Dr. Herval Pina abordou a questão da síndrome de burnout que acomete a categoria. “Os professores apresentam graves problemas emocionais, exaustão mental psíquica e transtornos de voz. No projeto neoliberal de enxugamento do Estado, estes problemas têm se acentuado, com sobrecarrega dos trabalhadores”.

Alexandre Ferraz, do Dieese, apresentou pesquisa realizada em 2003 junto a 1.626 entrevistados por ocasião do Congresso da Apeoesp, que mostrou as más condições que os professores da rede estadual exercem suas atividades. “Enquanto na Finlândia professores atendem 7 alunos por sala, em São Paulo, o número chega a 55. Há uma superlotação que ocasiona graves problemas de cansaço, estresse, problemas emocionais, perda da voz e dores nas pernas e no corpo, disse”.

A pesquisadora da Fundacentro, Juliana Andrade Oliveira, trouxe resultados da análise coletiva do trabalho, mostrando que professores acabam extrapolando suas funções e se tornam uma espécie de “pai ou mãe” dos alunos. “Ele não é meramente um educador e sofre com problemas e sensações de medo, cansaço, desespero, responsabilidade e culpa, sentimento de derrota, entre outros”.

Já a diretora da Apeoesp, Nilcéia Vitorino, disse que os motivos da grande adesão de professores à greve decretada no dia 13 deste mês foi exatamente por que a categoria se sente ultrajada com as leis e decretos do governo estadual. O presidente da CNTE, Roberto Leão ressaltou o processo de enxugamento do estado pelos sucessivos governos do PSDB, “que responsabiliza os trabalhadores pelos graves problemas da Educação e implementa um projeto onde a escola é gerenciada como uma empresa, sem relações humanas, oferecendo uma escola pobre para os pobres”.

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