São Paulo abre as etapas estaduais na maior plenária de Educação já realizada no País

02/10/2009 18:16:00

Conae – SP

 

 

A abertura da I Conferência Estadual de Educação, no Palácio das Convenções do Anhembi, realizada na manhã desta sexta-feira (02/10) contou com mais de 3 mil participantes.

O professor Francisco das Chagas Fernandes, secretário-executivo adjunto do Ministério da Educação, substituiu o Ministro da Educação, Fernando Haddad, na abertura do evento. O ministro está em Brasília, acompanhando as investigações da Polícia Federal sobre a divulgação antecipada da prova do Enem e a preparação de uma nova prova pelo MEC.

Conheça a opinião de alguns dos representantes de entidades que participam da etapa paulista da Conferência:

Coordenador da Conae-SP, José Adinan Ortolan: “A Conae é marco histórico para o Brasil. O governo federal convocou todos os setores para discutir a formação de um sistema nacional e articulado para o próximo Plano Nacional de Educação. Só no Estado de São Paulo, cem mil pessoas participaram das discussões municipais sobre o PNE, que contempla todos os níveis, da educação infantil à pós-graduação. Vamos aproveitar a Conferência para retomar o Plano Estadual da Educação (PEE) em São Paulo.”

Representante do MEC, Iara Bernardi: “Os temas debatidos na Conferência são os mais atuais e necessários para este do momento do País. Queremos que o ensino seja obrigatório da educação infantil ao ensino médio, mas ainda enfrentamos muita desigualdade principalmente no Estado de São Paulo, que tem 12% de analfabetos. A partir da Conferência, vamos estabelecer metas para melhorar a formação de professores, com foco na inclusão, no fim do analfabetismo e na melhoria do ensino nas áreas rurais e indígenas.”

Presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Azevedo: “A sociedade quer mudanças. Precisamos respeitar a Constituição Federal no que se refere ao regime de colaboração entre os entes federados, quebrar a resistência à concessão de verbas para a Educação e garantir a continuidade das políticas, mesmo após a mudança de governo.”

Presidente da Associação de Surdos de São Paulo, Paulo Vieira: “Para garantir a inclusão dos deficientes auditivos temos que ter escolas que ofereça educação na língua dos sinais.”

Dirigente da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, Neivaldo Jovico: “Precisamos de escolas especiais para preservar a identidade, garantir a auto-estima dos estudantes e o emprego dos professores, que são deficientes auditivos.”

Dirigente da Apampesp (Associação dos Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo), Hilda Rodrigues: “O Magistério paulista está em luto pelo PLC 29/2009, que é chamado de promoção, mas pode ser considerado uma punião para os professores.”

Dirigente da União Estadual dos Estudantes, Carlos Santos: “O Estado de São Paulo não tem ações que facilitem a entrada dos jovens nas universidades públicas. Um dos desafios da Conferência de Educação é defender o investimento dos royalties do présal na Educação.”

Presidente da Apase (Sindicato de Supervisores do Magistério do Estadode São Paulo), Maria Cecília Mello Sarno: “Integramos o Fórum que ‘construiu‘ o Plano Estadual de Educação, que foi transformado em projeto de lei, mas não foi votado pela Assembleia. São Paulo não tem um planejamento para a educação. O Estado é administrado pelo mesmo partido há muitos anos e mesmo assim não dá continuidade às políticas públicas.”

Representante da comunidade indígena, professor Davi: “Temos muitas etnias. Precisamos manter as tradições culturais, através de material didático na língua guarani, por exemplo, mas sem abrir mão do intercâmbio com outras culturas.”

Presidente do Sinp (Conselho de Políticas de Administração e Remuneração de Pessoal), professor Carlos Ramiro de Castro: “Precisamos de uma política educacional elaborada pela sociedade, que seja implementada sem interrupções e respeitada pelo governo paulista, que nunca priorizou a Educação. Queremos também unidade de todo o sistema público de educação e investimento das riquezas que serão produzidas com a exploração do pré-sal nos vários setores sociais.”

União dos Vereadores do Estado de São Paulo, Pollyana Gama: “A Educação transforma sonhos em realidade. Mas, no dia-a-dia, ainda temos que enfrentar problemas como os baixos salários dos professores, que às vezes ‘esbarram’ em questões como a lei de responsabilidade fiscal que limita a folha de pagamento do funcionalismo.”

Dirigente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Fábio Garcia: “Temos um sistema de ensino antagônico. São Paulo, por exemplo, está na contramão da história porque no Estado ainda existem problemas como salas de aula superlotadas, com mais de 45 alunos.”

Representante do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, professora Raquel: “Somos contra o fechamento das escolas especiais.“

Representante do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, professor José de Oliveira Justino: “Esperamos que os Planos de Educação e a própria Conferência contemplem a diversidade.”

Dirigente da Afuse (Associação dos Funcionários e Servidores da Educação), Sidney Xavier: “Temos uma moção de repúdio ao governo paulista, que não respeita a data-base do funcionalismo público e não ouve os funcionários da Educação na hora de adotar medidas para o setor.”

Dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE), André Vitral: “O secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza, liderou um desmonte das universidades públicas quando foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. Hoje, no Estado, 93% dos estudantes do ensino superior pagam para estudar. Falta ensino crítico e valorização dos docentes. Precisamos de investimento de 10% do PIB no setor e, futuramente, de 50% de recursos do fundo do pré-sal.”

 

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