Crime & Racismo
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia reuniu-se na tarde da última terça-feira com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto. O deputado petista José Cândido pediu soluções para as denúncias de crime e racismo na PM paulista, apresentadas à Comissão em audiência realizada no último dia 09.
O secretário comprometeu-se a realizar uma reunião no dia 06 de julho com o comandante da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, com o delegado-geral da Polícia Civil, Domingos Paulo Neto, e com os representantes das entidades do movimento negro e do movimento social que assinam um dossiê de quase 500 páginas com denúncias sobre a atuação das Polícias paulistas.
Para o advogado e jornalista Dorgival Vieira, que preside uma ONG que combate o racismo, o Estado de São Paulo instituiu a pena de morte, à revelia de julgamentos e da própria Constituição. Os crimes praticados pela PM paulista são fruto do racismo institucional, denunciou Dorgival durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa.
O presidente da Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos, o jurista Hélio Bicudo, acredita que a prática de racismo e os crimes contra suspeitos acontecem devido à impunidade e à complacência da Justiça Militar.
O que acontece em São Paulo é a continuidade de uma política de extermínio contra pobres e negros, que produziu o massacre do Carandiru, chacinas de moradores de rua e a Operação Castelinho, disse Hélio Bicudo à Comissão de Direitos Humanos.
