Demonstração de força
Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram durante esta tarde manter a paralisação iniciada no dia 08 de março. Em uma demonstração de força, a categoria realizou a quinta grande manifestação em menos de um mês. O Governo do Estado recusa-se a negociar as reivindicações do setor e está utlizando métodos violentos para combater a paralisação.
Hoje pela manhã, a Polícia Militar obrigou o motorista do carro de som – uma espécie de trio elétrico – que seria utilizado na manifestação do funcionalismo público estadual a retirar o veículo das imediações do Masp. O motorista foi ameaçado e teve os documentos apreendidos pelos policiais.
Na última segunda-feira (29/03), um grupo de aproximadamente 200 professores foi impedido de acompanhar a inauguração de uma alça de acesso da Estrada Mário Covas entre os municípios de Itaquaquecetuba, Suzano e Poá. Houve bloqueio policial e agressões contra os professores.
Durante a semana, também foi desmascarada a infiltração de policiais nas manifestações dos professores. Tudo começou com a polêmica sobre a foto de uma policial supostamente agredida por professores sendo socorrida por um homem, nas imediações do Palácio dos Bandeirantes.
Identificado inicialmente como professor, o homem era, na verdade, um policial que embarcou sem farda em um ônibus de professores em Osasco. Revelou-se depois também que o suposto ferimento da policial tratava-se, na verdade, de um mal-estar decorrente do spray de pimenta que a PM utilizou contra os manifestantes.
A Bancada do PT na Assembleia teve várias ações para intermediar a negociação. Houve audiência pública com os líderes partidários e a categoria, da qual os representantes do Governo Serra recusaram-se a participar, requerimentos de informação sobre a ação policial durante as manifestações públicas e denúncias sobre a intransigência do governo e as agressões públicas contra os professores.
A categoria realiza nova manifestação na próxima quinta-feira (08/04) no vão livre do Masp. Após a manifestação, haverá passeata até a sede da Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República, e concentração no local, à espera de negociações.
