População denuncia: obras do Metrô extinguirão 10 mil empregos em Santo Amaro

30/04/2008 17:29:00

Metrô – Linha 5

Crédito:

 

Cerca de 300 comerciários, pequenos comerciantes e moradores das regiões do Largo Treze de Maio e da avenida Adolfo Pinheiro em Santo Amaro (Capital). realizaram um ato de protesto na Assembléia Legislativa, nesta quarta-feira (30/4). Eles vieram buscar apoio dos deputados contra a construção da estação do Metrô Adolfo Pinheiro – linha 5 – em local que desapropriará inúmeros imóveis comerciais, deixando sem empregos mais de 10 mil trabalhadores.

Recebidos pelos líderes da Bancada do PT, Roberto Felício, e das Minorias, Enio Tatto, os manifestantes explicaram que já fizeram a sugestão de alterações no projeto, onde a estação poderia ser construída na Praça Paulo Eiró, próxima ao local –  cerca de 200 metros – e que não prejudicaria o comércio local, além de reduzir os gastos do dinheiro público com indenizações de desapropriações.

Sensibilizado com a difícil situação destes trabalhadores, o líder petista Roberto Felício enfatizou que “este projeto do Metrô precisa ser revisto. As obras do Metrô são absolutamente necessárias, mas o respeito ao trabalho dos cidadãos também.  Neste sentido, estamos nessa luta ao lado dos trabalhadores no comércio de Santo Amaro”.

O deputado Enio Tatto, que tem acompanhado o assunto, ao lado dos comerciários, tem feito gestões na Assembléia para buscar uma solução. Na última semana, o deputado protocolou junto requerimento na Comissão de Transporte e Comunicação, para a realização de uma audiência pública com a presença do secretário estadual dos Transportes Metropolitano e presidente do Metrô, José Luiz Portella Pereira.

“Não podemos aceitar o que a diretoria do Metrô está fazendo. Serão extintos 10 mil empregos diretamente e mais de 30 mil indiretos da Galeria Borba Gato, que está consolidada no local há mais de 50 anos”, protestou o diretor do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Josemar.

O representante da União Geral dos Trabalhadores, Antonio Cabral, afirmou que inicialmente o projeto do Metrô previa e estação na Praça Paulo Eiró e que de última hora foi mudado, o que atingirá a Galeria Borba Gato. “Tem muita coisa errada neste projeto. Precisamos de explicações”, acrescentou Cabral.

Outra observação feita pelos comerciantes é a descaracterização do bairro com a demolição da galeria, que é um dos símbolos da capital paulista.

O Metrô quer concluir as desapropriações em seis meses, desapropriando 141 imóveis que custarão aos cofres públicos R$ 90 milhões com indenizações e o enorme prejuízo social, com a extinção dos empregos e parte do comércio local.

O deputado petista Simão Pedro, também, participou do ato de protesto e afirmou que estará ao lado dos comerciários na pressão junto ao secretário de Transportes e presidente do Metrô.

Associação dos Lojistas entra com ação no Ministério Público

A Associação dos Lojistas e Trabalhadores do Adolfo Pinheiro protocolaram nesta semana representação no Ministério Público contra as desapropriações que o Metrô pretende fazer na Av. Adolfo Pinheiros.

Segundo os líderes do movimento a medida foi adotada devido a falta de diálogo com o Metrô que desde a edição de decreto de desapropriação, só estiveram no local quando a população já tinha realizado protestos e feito denuncias contra a postura da Companhia.

O espaço que o Metrô quer desapropriar abriga uma galeria com 98 lojas, um supermercado, escolas de inglês, empresa de call- center, academia, agências de correio e bancária. Ao todo abrange 141 imóveis que abrigam 10 mil empregos diretos e indiretos. 

A galeria Borba Gato, que é um dos símbolos do bairro Santo Amaro e referência da cidade há 61 anos, também está ameaçada pelo Metrô, que pretende desapropriar um área 40mil m² de extensão para ser o canteiro das obras. O ambulatório da Santa Casa está entre os imóveis a serem desapropriados, depois das denúncias da população a Companhia informou que irá fornecer outro local para instalar o ambulatório.

Regina Buttner, líder da Associação dos Lojistas, avalia que o Metrô não fez nenhum estudo de impacto econômico e social e declarou “ nós que queremos que o Legislativo seja intermediário na abertura de um canal com o governo do Estado. Pretendemos sensibilizar a nossa autoridade e apresentar a nossa alternativa. “                       

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *