Panes nas linhas de trens da CPTM transformam a vida do usuário num verdadeiro inferno. Somente nesta quinta-feira, foram registrados problemas nas linhas Turquesa, Rubi e Coral da CPTM. Os trens da Linha 10 – Turquesa operaram com intervalos e tempo de parada maiores na parte da manhã. Um dos trens precisou ser retirado dos trilhos por avaria perto da estação Mauá.

No dia anterior, a circulação de trens entre as estações Osasco e Presidente Altino, Linha 9 – Esmeralda, estava interrompida. Os passageiros dessa linha também enfrentam estações lotadas e lentidão. Para piorar, houve uma falha numa das composições na estação Cidade Universitária e os passageiros tiveram de desembarcar. O problema afetou toda a linha no sentido Grajaú. Na estação Pinheiros, o volume de passageiros foi anormal.

Na segunda e terça-feira desta semana, outros registros de lentidão por problemas técnicos nos equipamentos das mesmas vias.
Panes, paralisações, lentidão, atrasos e plataformas lotadas complicam o cotidiano dos usuários do transporte ferroviário da Região Metropolitana de São Paulo. Enquanto isso, a CPTM não tem oferecido respostas nem soluções para minorar os problemas.

Um grande número de passageiros enche as redes sociais com imagens dessa tragédia diária. Em um perfil colaborativo de usuários da CPTM no Facebook (Diário da CPTM), muitas reclamações sobre a falta de comunicação da companhia.

“O que acontece com Linha 10? Trens partindo com atraso de 20 minutos de Ribeirão Pires. Metade das pessoas não consegue entrar no trem por causa da lotação. Trem ficou parado na estação por muito tempo. E CPTM não informa nada! Todo dia é esse inferno”, questiona uma passageira.

“Cada dia pior, péssimo serviço prestado, total falta de respeito com o usuário. Quem precisa desse serviço aos domingos está sentenciado a esperar mais de meia hora por um trem por causa de ‘manutenções programadas’. E hoje, em plena segunda feira, e em horário de pico, estão com falha no sistema de energia”, informa outro usuário.

Metrô
No metro, a situação não é diferente. Passageiros também enfrentaram os mesmos problemas. Nesta quarta feira, houve longa espera na Linha 3-Vermelha do Metrô. Falhas em equipamentos de via, na altura da estação Brás, causaram lentidão em toda a extensão da linha no sentido Corinthians-Itaquera. Filas nas bilheterias e plataformas lotadas são comuns em todo o sistema metroviário.

Reportagem recente da RBA, de janeiro deste ano, mostrou que, apesar de mais nova e curta e com menor número de passageiros, a Linha 4-Amarela tem número de panes graves mais significativo do que o resto da rede.

Operada pelo consórcio ViaQuatro, a linha privada apresenta mais problemas graves, como lentidão ou interrupção do serviço, do que as outras quatro linhas estatais. Conclusão: “no momento em que o governador paulista, Geraldo Alckmin, se prepara para conceder duas linhas do Metrô à iniciativa privada, dados sobre panes no sistema nos últimos cinco anos indicam que o modelo da privatização não apresenta melhores resultados em relação às linhas estatais”.