Greve dos trabalhadores da Saúde continua porque governo Alckmin adia negociação

07/06/2013

Descaso tucano

“A greve continua. Governador, a culpa é sua!”. Foi assim que os servidores estaduais da saúde reagiram ao informe de que o governo de São Paulo havia adiado a negociação da pauta de reivindicações que seria feita na sexta-feira (7/6), na Casa Civil. A categoria, que está em greve desde o dia 1º de maio, decidiu manter a paralisação.

Na quarta-feira, representantes dos grevistas acompanhados de deputados do PT estiveram reunidos com o secretário estadual de Gestão Pública de São Paulo, Davi Zaia, do qual ouviram a promessa de reunião com o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, no dia 7.

No entanto, no início da tarde de sexta-feira, assessores do secretário ligaram para remarcar a reunião para a segunda-feira (10/6). Segundo eles, o governo ainda não conseguiu fechar uma proposta.

O líder da Bancada do PT, deputado Luiz Claudio Marcolino, alertou os servidores da saúde sobre a importância da categoria se manter mobilizada até o final das negociações. A mobilização de vocês é fundamental para forçarmos o governo a fazer uma proposta”, disse o petista.

O presidente do SindSaúde, Gervásio Foganholi, concorda que “é muito importante manter a mobilização até para sensibilizar o governador a respeitar o processo de negociação. Eles vão sentar e pactuar alguma coisa se a gente se mantiver mobilizado”.

Gervásio disse que o governo já havia prometido apresentar uma proposta sobre um item da pauta de reivindicações que é o aumento do ticket refeição. Quanto ao reajuste salarial, nenhuma palavra.

A categoria reivindica 32,2% de reajuste salarial referente às perdas acumuladas nos últimos cinco anos e aumento para o auxílio-alimentação de R$ 8 para R$ 22.

Audiência pública

Na tarde de sexta-feira (7/6), a Comissão da Saúde da Assembleia paulista, presidida pela deputada Telma de Souza, realizou audiência pública para debater a greve dos servidores da saúde do Estado.

Os trabalhadores decidiram desocupar as galerias do plenário Juscelino Kubistchek da Assembleia Legislativa onde permaneciam em vigília desde o último dia 4. No entanto, os servidores devem retornar à Casa na segunda-feira, ainda sem horário definido.

Telma de Souza parabenizou os servidores pela vigília para chamar a atenção do governador para a greve por melhorias salariais e de trabalho.

Para o presidente do SindSaúde, “a vigília nas galerias do plenário permitiu transparência ao movimento grevista”. Ele informou que essa visibilidade possibilitou o agendamento de uma reunião com os secretários da Saúde, Giovanni Guido Cerri, e de Gestão Pública, Davi Zaia, a ser realizada na segunda-feira (10/6), na sede da Secretaria da Saúde. “Gostaríamos que o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, estivesse presente, mas ele não confirmou”, lamentou Foganholi.

Gervásio argumentou, ainda, que “o governo do Estado não tem responsabilidade com a saúde, mas nós trabalhadores temos. Nosso movimento é pelo melhoria dos serviços em São Paulo”.

Apoio ao movimento

Representantes dos trabalhadores da saúde e de sindicatos de diversas categorias que participaram da audiência pública para apoiar e prestar solidariedade aos grevistas, denunciaram o descaso do governo Alckmin em atender uma “reivindicação justa”.

Os deputados do PT, Adriano Diogo e Marcos Martins enfatizaram a resistência dos trabalhadores em prol de seus direitos, enaltecendo a sua luta. Eles também denunciaram o desmonte do serviço público pelo governo tucano. “Eles desmontam as estruturas, argumentam que elas não funcionam e depois entregam para o setor privado. Isso acontece na saúde, na educação e na segurança pública”, explicou Marcos Martins.

Para o deputado Adriano Diogo, “as Organizações Sociais são o fim do SUS, o fim do povo brasileiro conseguir ter acesso à saúde. Elas estão destruindo a estrutura da saúde pública”. Ele também falou de Guido Cerri, secretário estadual da Saúde, que “administra serviços de saúde como a FFM (Fundação Faculdade de Medicina) e SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento de Medicina), que respondem pela maior parte dos contratos feitos pela Secretaria de Saúde, pasta de Cerri”, denunciou Diogo.

Luiz Claudio Marcolino também falou do descompromisso do governo Alckmin em resolver as questões apresentados pelos trabalhadores. “O governo diz que não tem recursos, diz que a arrecadação vem caindo. No entanto, a própria secretaria da Fazenda admite o crescimento do ICMS e do IPVA”, enfatizou. E complementou apresentando outras estatísticas da administração pública que justificariam recursos suficientes para fornecer aumento aos trabalhadores.

Manifestação no Masp, dia 11

Douglas Martins Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo, contestou as afirmações de greve partidária, dizendo que as greves acontecem quando necessário e não de acordo com o partido que administra o governo. Chamou a atenção para a manifestação que ocorrerá dia 11/6, às 14h, na Avenida Paulista, com a participação de funcionários da Segurança Pública, Educação e demais setores estaduais.

Leia mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *