Insegurança pública
O governo divulgou ontem que a taxa de homicídios registrada no Estado entre julho e setembro foi de 8,86 crimes por 100 mil habitantes. Mas os cálculos utilizados camuflam os verdadeiros números.
Como 2010 ainda não terminou, o correto seria calcular a taxa considerando os últimos 12 meses, de forma a eliminar distorções sazonais -no fim do ano há mais crimes que no meio do ano, por exemplo.
Para chegar ao índice de 8,86, o governo projetou todos os trimestres do ano com os 937 crimes do terceiro trimestre, o que não ocorrerá, porque o terceiro trimestre é tradicionalmente o menos violento -a criminalidade cai no inverno.
Fazendo o cálculo correto, com a soma dos assassinatos nos últimos 12 meses, chega-se à conclusão que São Paulo tem índice de 10,36 homicídios por 100 mil habitantes. Ou seja, ainda vive uma epidemia de homicídios. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera epidemia um índice superior a dez homicídios por grupo de 100 mil habitantes por ano.
PCC
Mais uma prova da total insegurança pública que assola o Estado é o domínio do PCC. A Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e até as mulheres dos líderes do PCC temem mais um derramamento de sangue.
O temor é um só: represália pelo assassinato de Maria Jucinéia da Silva, a Neia, mulher do preso Orlando Motta Júnior, o Macarrão. Ele era da cúpula da facção criminosa, mas foi excluído, recentemente, sob a acusação de ter delatado chefes do grupo. E Macarrão já ameaçou, de dentro da penitenciária, que muitos outros pagarão pela morte de Neia.
Por isso, as mulheres dos líderes do PCC passaram a andar com escolta e carros luxuosos, potentes e blindados, e assim, com reforço na segurança pessoal, visitam seus maridos na penitenciária.
