Governistas querem “desconvocar” ex-secretário da Educação citado em máfia da merenda

24/11/2016

CPI da Máfia da Merenda

Crédito: Diário da Região(Foto1)/The Report Company(foto2)

Líder do PSDB na Alesp pede “desconvocação de secretário citado em máfia da merenda.

O esforço que bancada governista não utiliza para avançar nas investigações é proporcional ao ânimo empregado para finalizar CPI agora que aparecem nos depoimentos nomes ligados ao alto escalão do Governo

“Desconvocar um depoente?”. Os deputados da Bancada do PT questionaram o fato naquela reunião, a 19ª da CPI da Máfia da Merenda, que aconteceu na quarta (23). Nunca tinham ouvido falar de uma desconvocação, até porque não existe base regimental para isso. O depoente desconvocado em questão era Herman Jacobus Cornelis Voorwald, ex – secretário da Educação de São Paulo – ocupou o cargo até 2015.

O pedido foi encabeçado pelo líder do PSDB na Alesp, Carlão Pignatari, e apoiado pela base governista que integra a CPI, que tem como hábito afastar os colegas tucanos da mesa de depoentes quando seus nomes aparecem nas investigações, criando sobre eles uma bolha superprotetora.

Herman foi citado pelo articulador-maior do esquema da Máfia da Merenda, Cássio Chebabi, ex-presidente da empresa que fraudou contratos para fornecer merenda superfaturada ao Estado, a COAF (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar).

Chebabi diz que o lobista Marcel Ferreira Júlio lhe contou que o ex-secretário recebeu R$ 100 mil reais para não contratar a COAF, mantendo o negócio com uma antiga fornecedora da pasta.
O deputado Alencar Santana Braga, além de se opor de imediato com a “desconvocação” do ex-secretário Herman, criticou também o modo como o peessedebista Carlão Pignatari agiu querendo barrar depoimento de outras pessoas que considera relevantes para as investigações.

“O líder do PSDB, Carlão Pignatari, apresentou requerimento de desconvocação do irmão do Chebabi e de outras pessoas importantes a serem ouvidas, ou seja, querem que a CPI termine em pizza, um verdadeiro merendão. É esse o objetivo da base do governo e não deixaremos”, disse, Alencar com convicção.

O clã Marcel Ferreira Júlio enriquecendo à custa de merenda

Além de desaprovar as “desconvocações”, o deputado Alencar Santana Braga ressaltou a importância da CPI ouvir Marcel Ferreira Júlio, lobista aliciado para intermediar trâmites de propinas entre COAF, Secretaria da Educação e políticos; de ouvir o pai de Marcel, o ex-deputado Leonel Júlio, que sabe de importantes informações sobre o esquema; e de ouvir a cunhada de Marcel, a advogada Vanessa Paciello, que assinou contratos com suspeitos de envolvimento no esquema Jéter Rodrigues, com a fraudulenta cooperativa COAF e até mesmo com o cunhado Marcel.

O deputado quer também acareação entre Jéter Rodriguez e Merivaldo dos Santos, que comprovadamente receberam valores de propinas em suas contas.
Como resultados que espera da CPI, Alencar disse que no desfecho espera saber quem foram os recebedores finais dos R$1,3 milhão de reais que a COAF distribuiu entre políticos, lobistas e agente públicos apenas por meio de contrato com o Governo do Estado.

Marina Moura

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