Greve na Educação
Em meio à greve do Magistério, os deputados da base governista boicotaram a Comissão de Educação da Assembleia e não compareceram à reunião realizada nesta quarta-feira (10/03) que, entre outros assuntos, iria deliberar sobre a convocação de uma audiência pública para discutir a paralisação com os representantes dos trabalhadores do setor e os secretários da Educação e da Gestão Pública.
A Comissão, presidida pela deputada Maria Lúcia Prandi, teve a presença dos deputados Roberto Felício e Carlos Gianazzi e de professores de línguas estrangeiras que participaram da audiência pública sobre o ensino de línguas estrangeiras na Educação Básica, que enfrenta ameaças de terceirização.
A deputada Maria Lúcia Prandi enfatizou que nem mesmo os suplentes dos governistas faltosos e representantes da Secretaria convidados para a audiência compareceram à Comissão.
O deputado Roberto Felício, autor do requerimento para convocação de audiência com os secretários Paulo Renato Souza e Sidney Beraldo, apresentou substitutivo ao Projeto de Lei Complementar 08/2010, do governador José Serra, que estabelece uma reclassificação de vencimentos e salários dos integrantes do Quadro do Magistério da Secretaria da Educação de São Paulo.
“Há uma greve na educação pública e os deputados que dão apoio ao governador fazem estas manobras para impedir o trabalho da Comissão de Educação e o encaminhamento de um convite ao secretário. Enquanto isso, insistem em dizer à imprensa que a greve é política e que tem apenas 1% de adesão, argumento utilizado desde a época
Volta Lei da Mordaça
Entre as estratégias utilizadas pelo governo para dissimular a paralisação nas escolas estaduais de São Paulo está até a proibição de que diretores de escola concedam entrevistas ou mesmo permitam o trabalho dos inúmeros jornalistas que estão acompanhando o movimento de greve dos professores.
Vale ressaltar que a chamada Lei da Mordaça, que proibia os funcionários públicos de falarem com a imprensa, foi revogada em 08 de setembro de 2009. depois desta data, os servidores públicos não podem mais sofrer qualquer tipo de restrição ou punição, decorrentes de diálogos com a imprensa.
Alheia à ilegalidade do ato, a Diretoria de Ensino Leste 3, por exemplo, enviou hoje memorando através de e-mail às escolas estaduais da região com a seguinte mensagem:
Prezados Diretores
Agradecemos a preciosa atenção em relação aos informes sobre os números de professores que estão aderindo à greve. Entretanto, em virtude dessa paralisação, a imprensa está entrando em contato diretamente com as escolas solicitando dados e entrevistas. Solicitamos ao Diretor de Escola para não atender a esta solicitação.
Solicitamos que o número de professores paralisados sejam dados reais, visto que os mesmos não estão batendo com os dados da Secretaria da Educação.
