Audiência pública
Não vale aprovar um Plano se não tiver o comprometimento dos estados e municípios. É preciso o compartilhamento de responsabilidade, explicou o ministro da Educação, Fernando Haddad, ao destacar a importância dos debates do Plano Nacional de Educação – PNE, como o que aconteceu nesta quarta-feira (13/4), na Assembleia Legislativa de São Paulo.
O ministro falou a uma plateia lotada, composta por prefeitos, secretários municipais, professores, alunos, especialistas, entidades ligadas à Educação, parlamentares e até mesmo uma comitiva de Minessota, Estados Unidos. A audiência pública foi organizada pela Bancada do PT.
Haddad, logo de início, elogiou a iniciativa da Bancada: A Assembleia Legislativa de São Paulo saiu na frente, liderando um debate que deve ocorrer em todo o país. O ministro reforçou a ideia do pacto federativo em torno do PNE e cobrou que estados e os municípios elaborem seus próprios planos, para que as metas para a Educação sejam realmente alcançadas até 2020.
São Paulo não tem Plano Estadual
O Estado de São Paulo, por exemplo, não tem Plano Estadual de Educação. Há anos se espera que o governo do Estado encaminhe um projeto à Assembleia Legislativa (que, por lei, tem que ser de iniciativa do Executivo) para ser discutido com deputados e sociedade civil e, finalmente, se estabeleçam programas e metas no setor. Infelizmente parece que os tucanos não têm interesse em discutir, de fato, a Educação em São Paulo, explica o líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto.
Para o ministro Haddad, o foco do plano nacional está na qualidade do ensino e citou outros avanços em relação ao plano anterior, como meios de financiamento e estratégias para o alcance das metas e diálogo com as demandas dos trabalhadores da Educação (formação, remuneração etc). Precisamos equiparar o salário dos professores ao dos outros profissionais de nível superior. Temos que garantir um salário inicial e carreira estruturada para o magistério, afirmou o ministro.
A mobilização da sociedade em torno da qualidade da Educação também foi citada por Haddad, que acredita que a discussão do Plano acontece num bom momento. Estamos investindo cada vez mais em Educação. Saímos de um investimento de menos de 4% do PIB para mais de 5% em uma década, esclareceu.
Sugestões de temas
O ministro recebeu várias sugestões de temáticas que devem ser abordadas ou mais especificadas no PNE.
A deputada Telma de Souza explicou que é pertinente que o PNE aborde a questão da violência e das drogas nas escolas, por ser uma realidade presente cada dia mais nestas instituições.
Roberto Franklin de Leão, presidente da CNTE Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, ressaltou que é preciso pensar que o ensino tem que ter a mesma qualidade em todas as regiões, mas é preciso respeitar as diferenças de cada uma. Com relação ao financiamento da Educação, Leão disse que ´há necessidade que se entenda o financiamento como um investimento.
A presidente da Apeoesp, Maria Isabel Azevedo Noronha, destacou a importância do método de discussão do Plano, que é trazer o debate para as bases e a abordagem que o PNE faz aos profissionais da Educação. Pela primeira vez se assume que todos que trabalham na escola professores, diretores, auxiliares precisam ter valorização profissional. Essa visão de conjunto parece ser um grande avanço, explicou Maria Isabel.
Outros parlamentares e representantes de entidades também destacaram a importância da discussão do PNE junto à sociedade civil.
