Abandono da educação
O ano letivo segue nas escolas estaduais de São Paulo com problemas graves de infra-estrutura, que deveriam ter sido resolvidos durante o período de férias. Professores e estudantes da EE Aurélio Buarque de Hollanda, localizada no Jardim Lageado, zona leste, realizaram hoje pela manhã uma manifestação para denunciar o esgoto a céu aberto no entorno do prédio.
Ratos e outros animais mortos, insetos, muito lixo e um constante mau cheiro atrapalham as aulas de 1400 estudantes da Aurélio Buarque.
Na semana passada, houve manifestação em outra escola da região. Na EE Pedro Brasil Bandecchi, no Itaim Paulista, o problema são as inundações e goteiras. Os alunos reclamam do cheiro de mofo e das fezes de pombo, que infestam vários ambientes da escola.
Professores com deficiência também enfrentam dificuldades para lecionar no prédio, que não tem rampas e nem corrimões. A EE Pedro Brasil Bandecchi tem 16 salas dos ensinos fundamental e médio e 1600 estudantes.
Nos dois casos, chama a atenção o fato de que estudantes, professores e outros profissionais da Educação estão expostos diariamente ao risco de doenças, como dengue e leptospirose.
A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Simão Pedro, recebem constantemente denúncias como estas, de abandono da escola pública no Estado de São Paulo.
O governo anunciou na última sexta-feira, 27 de abril, a exoneração de Maria Helena Guimarães de Castro da Secretaria da Educação, que vai ser ocupada pelo ex-ministro Paulo Renato de Souza. No entanto, a política de omissão e de economia de recursos permanece.
No orçamento do Estado para o ano de 2008, estavam empenhados R$ 607 milhões para a reforma de bens imóveis da Secretaria da Educação; no entanto, foram gastos apenas R$ 23% deste valor, aproximadamente R$ 140 milhões.
Os inúmeros equívocos cometidos pela gestão anterior, como a mal realizada provinha dos ACTs, os erros grosseiros nos materiais pedagógicos, a falta de transparência nos critérios para o pagamento de bônus para os professores, somam-se a problemas de extrema gravidade, como o abandono de prédios que recebem diariamente centenas de crianças e adolescentes e à violência escolar em níveis alarmantes.
