Reforma agrária em SP
A retomada da política agrária no Estado de São Paulo pelos governos federal e estadual e a apresentação de pauta de reivindicação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foram discutidos no encontro dos deputados do PT com lideranças estaduais do movimento, na manhã desta quarta- feira 8/6, na Assembleia Legislativa.
A situação de abandono dos assentamentos, criminalização do movimento, recuo da política de reforma agrária, embora haja estoque de terras devolutas, além da falta de assistência técnica aos trabalhadores nas áreas ocupadas e ausência de financiamento, compuseram os relatos dos integrantes do MST – Angelo Diogo, Ana Carolina, Simone Tomaz, Gilmar Mauro e Delwek Matheus, que participaram da reunião.
Quanto ao governo federal, o movimento pontuou a falta de interlocutor junto ao INCRA. Há uma situação de indefinição na superintendência em São Paulo, informou Gilmar Mauro. O mapeamento das terras públicas União também foi mencionado pelo líder sem terra.
Os integrantes da Bancada petista Adriano Diogo, Carlos Grana, Simão Pedro, Isac Reis e Geraldo Cruz, liderados por Enio Tatto, manifestaram apoio às reivindicações do movimento, definiram algumas ações e assumiram compromissos de encaminhamentos, com a condução dos líderes do movimento à reunião de Colégios de Líderes, solicitar reunião com o governador Geraldo Alckmin, emitir moção ao governo federal e com a bancada dos deputados federais do PT.
Calendário de Mobilização
Com o objetivo de suscitar uma série de ação conjunta, os movimentos sociais e sindicais constituíram uma pauta sobre questões como trabalho decente, o combate ao trabalho escravo, jornada de 40 horas semanais, assim como a temática da educação, alimentação e o uso dos agrotóxicos, que serão debatidos ao longo do ano em diversas atividades, segundo informe dos dirigentes sociais.
Para os próximos meses está programada algumas atividades que se iniciam com a realização da Marcha em direção à Cutrale – Pela retomada das Terras Públicas, prevista para acontecer em 18 de junho; seguida pela Mobilização Nacional dos Trabalhadores em 6 de julho; a Marcha das Margaridas e o acampamento de integrantes dos movimentos MST e Via Campesina, em Brasília.
Vamos também promover em meados de setembro um seminário para discutir um projeto político sob a perspectiva dos movimentos sociais, informou Gilmar Mauro.
A organização de audiências públicas, promovida pela Comissão de Agricultura, e a coleta de assinaturas para constituir a Frente Parlamentar Pela Reforma Agrária e agricultura Familiar, e a realização de debate com o futuro superintendente do INCRA, também foram incluídas nas propostas colocadas pelos parlamentares estaduais do PT, como medidas de apoio ao MST.
