A última audiência pública do ciclo realizado com as comunidades atingidas pelas obras do trecho norte do Rodoanel aconteceu na noite de ontem (30/6) na zona norte da capital paulista.
Cerca de 300 moradores dos três bairros Jardim Corisco, Vila Rica e Três Cruz foram ao debate municiados por mais de 30 questões sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais das obras do Rodoanel, com as quais inquiriram os técnicos da Dersa.
Além dessas elencadas e apresentadas pelos líderes comunitários Denílson Rabelo de Araujo e Francisco Florentino de Sousa Filho, vários moradores fizeram perguntas, principalmente sobre que realidade enfrentarão quanto à futura moradia, se serão indenizados, qual o critério, se receberão pelos benefícios, entre outras dúvidas.
Evasivo, o representante da Dersa repetiu como um mantra não tenho esta informação por inúmeras vezes. Alegou que o setor jurídico da empresa é quem poderia responder, ainda com um olhar individualizado caso a caso.
Cobrado e criticado pelos participantes, também foi mencionada a ausência com o secretário municipal de meio ambiente, Eduardo Jorge, que, segundo as lideranças locais, seria um dos responsáveis pela alteração no traçado que atingirá a população. ” Neste momento somos cidadãos, mas no próximo ano teremos eleições e nós somos eleitores. Gravem os nomes, posição e papel das pessoas envolvidas” , alertou a advogada da sessão OAB Santana, Maria Cristina Grecco.
Quanto às questões ambientais, a ativista Elisa Puterman ponderou sobre os reflexos na qualidade de vida da população local. Aqui temos a Serra da Cantareira, água, ar, árvores e vamos perder seu patrimônio para uma estrada?”, instigou.
Já o deputado petista Zico Prado conclamou a comunidade a lutar por seus direitos. Zico enumerou as tentativas de diálogo, as reuniões coma direção da Dersa e descreveu o compromisso assumido pela empresa de buscar alternativa ao traçado para minimizar os impactos sobre a população e sobre a natureza, no entanto, não é o que feito na realidade. A Dersa tem nos enrolado, assumiu o compromisso de buscar alternativas ao traçado para não afetar a vida das pessoas, mas mudaram o discurso e vão atingir as casas, escolas e tirar o sossego, protestou o parlamentar.
O deputado destacou também os mecanismos de resistência que a população pode lançar mão para fazer frente às ações do governo do Estado, de levar adiante a obra a qualquer custo.
Nós vamos mostrar à Dersa que não haverá facilidades. Vocês podem buscar este apoio na Assembleia Legislativa, nas comissões de Transporte e Infraestrutura e todo apoio da Bancada do Partido dos Trabalhadores.”
