No Estado de SP
O conjunto de 3.675 áreas com solo contaminado registrado pela Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) é que só uma pequena parte do universo 20% – de áreas contaminadas no Estado. Atualmente, dez desses locais são classificados como “críticos” – oito deles localizados na capital e em cidades da Grande São Paulo -, como o shopping Center Norte.
Desde que começou o controle das áreas contaminadas, em 2002, houve um crescimento de 1.341% no número de registros. No primeiro ano, foram identificados 255 terrenos contaminados. Após chegar a 3,6 mil em 2010, o número deve passar de 10 mil nos próximos anos, de acordo com o cálculo de especialistas.
Segundo o engenheiro Paulo Negrão, professor de áreas contaminadas da Unicamp, os postos de combustíveis lideram o ranking (79%), pois a Cetesb exige que esse tipo de comércio, que tem um potencial grande de contaminação, faça análise do solo.
Número deve superar 10 mil áreas
“A tendência é que o número de áreas contaminadas cresça nos próximos anos. Deve passar de 10 mil”, estima Negrão.
O engenheiro explica que com a Lei 13.577, de 2009, que determina diretrizes e procedimentos para áreas contaminadas, outros terrenos com problemas devem ser identificados. A Cetesb passará a exigir das indústrias que trabalham com solventes o mesmo procedimento já adotado para os postos de combustíveis. Isso inclui empresas do ramo automobilístico, farmacêutico, de manufatura e metalúrgico.
Segundo o engenheiro ambiental Aldérico Marchi, que trabalha com remediação de áreas contaminadas, a Cetesb só mapeou 20% das áreas contaminadas. “A maior parte das indústrias não fez a investigação e não existia, até 2009, uma lei que obrigasse a empresa a fazer isso.”
Marchi explica que, na maioria das áreas críticas, o impacto já atingiu o lençol freático, o que significa que o tempo para eliminar riscos poderá ser até de décadas. “Quando é possível remover a contaminação – escavar e levar para um local adequado -, a solução é rápida, feita em meses. Mas na totalidade dos casos mencionados o impacto atingiu a água subterrânea, o que significa que o tempo para eliminação dos riscos serão medidos só daqui algumas décadas.”
Segundo ele, o custo de recuperação de cada área pode chegar a centenas de milhões de reais. O conjunto habitacional Cingapura da Avenida Zaki Narchi, na zona norte da capital, por exemplo, que tem exatamente o mesmo risco de explodir que o vizinho Center Norte, precisa instalar cerca de 35 drenos para retirar o gás metano. Neste caso o custo chega a R$ 1 milhão. Já para o shopping, que precisará instalar nove drenos, o preço cai. O empreendimento deve gastar R$ 500 mil para colocar os drenos. fonte: Jornal da Tarde
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