Caravanas do PT reuniram lideranças partidárias em Bauru e Marília

22/06/2009 19:41:00

Centenas de pessoas

Grandes nomes do PT de expressão nacional e estadual marcaram presença nas Caravanas promovidas pelo Diretório Estadual do partido nas macrorregiões de Bauru e Assis/Marília/Ourinhos, no último sábado, dia 20/6. Contribuíram para os debates sobre conjuntura os senadores Aloizio Mercadante, Eduardo Suplicy, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, a ex-prefeita e ministra Marta Suplicy, o deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, os deputados federais José Genoino e João Paulo Cunha, o líder da Bancada do PT na Assembleia, Rui Falcão, os deputados estaduais Marcos Martins, Hamilton Pereira, Vicente Cândido e o prefeito de Osasco, reeleito, Emídio de Souza.

Mais de 900 pessoas acompanharam as atividades da Caravana. Além dos debates de conjuntura, militantes e representantes de movimentos sociais se reuniram para a discussão da organização partidária, por meio dos Setoriais e Núcleos de base do PT. “As Caravanas têm sido um sucesso devido a compreensão dos dirigentes e da militância sobre a importância desse processo”, disse Edinho Silva, presidente do PT-SP.

Segundo ele, as Caravanas têm por objetivo mobilizar e preparar o partido para a disputa de 2010. “Mas a Caravana não se resume a esse ato político. O objetivo será totalmente cumprido se a macro permanecer mobilizada, debatendo os problemas regionais de saúde, educação, segurança pública, desenvolvimento regional para que a gente possa ter a base de construção de um programa de governo alternativo que seja viável e que tire o Estado de São Paulo desse estado de abandono”, reforçou o dirigente.

Conjuntura – A disputa de dois projetos absolutamente distintos vai marcar as eleições de 2010, segundo as lideranças. A ex-prefeita e ministra Marta Suplicy reforçou que é necessário que se faça a desconstrução da falsa capacidade gerencial e administrativa do PSDB. Ela destacou as falhas tucanas na educação como as cartilhas com erros grotescos e conteúdo inapropriado, as notas do Enem, a desvalorização dos professores, além dos problemas enfrentados com pedágios, transporte público, fechamento de empresas entre outros. “É um governo que não tem visão”. Contudo, Marta destacou que as eleições se ganham é com propostas. “Temos que ter planos, planejamentos, idéias concretas, com discurso para cada região do estado”, enfatizou. A ex-ministra ainda falou sobre a candidatura de Dilma à presidência da República e o que isso significa para o desenvolvimento do Brasil. “Dilma vai representar a continuidade do projeto, ela é a garantia do Bolsa Família, é a garantia do olhar para aqueles que mais precisam. Mas não é só isso. Ela também significa o novo”, ressaltou.

O ex-ministro falou sobre a candidatura de Dilma à presidência da República. Segundo ele, a ministra vai crescer ainda mais nas pesquisas eleitorais, pela sua experiência com política pública de governo, pela capacidade e trajetória política. “A eleição mais importante é a presidencial”, destacou. Falou ainda sobre os avanços do governo Lula e as transformações pelas quais o Brasil passou nos últimos seis anos, fazendo um contraponto às políticas tucanas. “Não podemos dizer que eles não têm um projeto de desenvolvimento para o Estado de São Paulo. Eles têm sim, mas é um projeto excludente”, argumentou.

O senador Aloizio Mercadante fez um comparativo com o Brasil antes do período Lula e hoje. “Pegamos o país quebrado, totalmente dependente do FMI, com dívida pública. Em seis anos e meio conseguimos tirar o Brasil das mãos do FMI, acumular 200 bilhões de reservas cambiais e fazer a maior distribuição de renda da história do IBGE que tem 60 anos”, comparou. “Esse país voltou a crescer. No momento da despedida de Lula, vai ficar um vazio no coração do povo brasileiro. Temos que transformar essa emoção na candidatura de Dilma. Depois de elegermos um operário, vamos eleger uma mulher à presidência da República”.

José Genoino falou sobre as disputas já enfrentadas pelo PT, suas derrotas e conquistas e alertou que em 2010, o embate será ainda mais radical. “O que está em jogo é um projeto que está mudando o Brasil. Um projeto que gera renda e resgata a cidadania no sentido mais amplo. Esse projeto é a razão de ser, a missão desse partido”, disse. Ele ainda ressaltou a importância da manutenção da unidade interna no PT e outros itens como a política de aliança, o governo Lula, o relacionamento com a militância e movimentos sociais.

O deputado Arlindo Chinaglia fez um discurso voltado para a história do PT que teve sempre como fio condutor a defesa da justiça social e da democracia. Abordou ainda alguns pontos da crise econômica internacional, aliada à crise do capitalismo. “Essas Plenárias são oportunidades para reflexão individual e coletiva. Temos que pensar que com Lula, em plena crise, a pobreza está diminuindo. A Petrobras, que valia U$S 14 bilhões, hoje vale mais de U$S 100 bilhões”, disse. Segundo ele, “nós representamos o programa da justiça, geração de emprego, do desenvolvimento do Brasil trazendo junto aqueles que nunca tiveram voz”.

O deputado federal João Paulo Cunha ressaltou que nesse momento o debate deve estar concentrado em duas questões essenciais: o enfrentamento à crise e a preparação para o embate de 2010. Segundo ele, o presidente Lula adotou iniciativas totalmente inversas às do PSDB no momento de crise. Enquanto eles aumentavam juros, cortavam investimentos, pegavam empréstimos, o governo Lula fez exatamente o contrário, levando o Brasil a superar mais rapidamente os efeitos da crise mundial e aumentando ainda mais sua credibilidade e visibilidade perante outros países. “O povo mais pobre, mais sofrido está percebendo que o Brasil é outro, Vamos fazer em São Paulo o que Lula fez para o Brasil”, destacou.

O senador Eduardo Suplicy tratou durante o evento o programa Renda Básica de Cidadania, já implantada em Santo Antônio do Pinhal. Ele ratificou a importância dessa ferramenta para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Também ressaltou as transformações sociais do Brasil com início do governo Lula, aliando iniciativas de inclusão social e desenvolvimento.

Força do PT – Para o prefeito de Osasco, reeleito, Emídio de Souza, as Caravanas demonstram a força do PT e a sua capacidade de mobilização em todo o estado. Segundo ele, as Plenárias são oportunidades para o debate sobre as diferenças de projeto entre o governo federal e estadual. Para ele, fica clara a diferença de programas de São Paulo e Brasil, sobre qual o papel do governo no estímulo à geração de emprego, na política de educação, na utilização dos recursos. “Enquanto Lula espalha universidades e escolas técnicas pelo Brasil, aumenta o número de vagas nas faculdades públicas, o que acontece com a educação no Estado de São Paulo? Livros com erros, conteúdos impróprios e ainda coloca a culpa nos professores”, disse. Emídio ressaltou também os problemas de segurança pública enfrentados até nas pequenas cidades devido à falta de políticas públicas. “O Governo Federal, por meio do Pronasci, investe com programas de prevenção à violência, porque violência não é problema de polícia, é falta de oportunidade para a juventude”.

O deputado estadual e líder da Bancada do PT na Assembleia, Rui Falcão, também ressaltou a força da militância e a importância da disputa no Estado de São Paulo, que concentra 20% do leitorado nacional. “A preocupação de eleger Dilma é de nós todos. Isso é prioridade. Uma vitória ajuda o presidente Lula a avançar no projeto de mudança”, disse. Ele ainda ressaltou algumas políticas de Serra e a sua apatia perante a crise. “Eles torcem para a crise avançar”, comenta.

O deputado estadual Marcos Martins falou sobre o esgotamento do modelo tucano de administrar no estado de São Paulo. “Eles torcem contra o crescimento do país. Eles estão desorientados pelo sucesso do Governo Lula”, disse. “Temos muita capacidade de enfrentar aqueles dos 3 Ps: Pedágios, Privatizações e Presídios”, acrescentou. Hamilton Pereira, também deputado estadual, falou sobre a audiência pública feita em Sorocaba para discutir o orçamento do governo do Estado. Ele citou que a arrecadação do estado de São Paulo é alta, “mas falta um governo que atenda as necessidades do povo paulista. Está em nossas mãos essa responsabilidade. Temos que fazer do estado de São Paulo um estado de grandeza, o estado que nossos trabalhadores merecem”. Já Vicente Cândido, disse que é um desafio muito grande “virar o jogo”, mas há grandes possibilidades de eleger não só a Dilma para presidência, como conseguir o governo de São Paulo.

Unidade – Segundo o presidente do PT-SP, o partido vem trabalhando para que a tática eleitoral do PT em São Paulo seja a conseqüência de um processo de unidade interna muito grande que vive o partido. “Hoje tem ambiente interno no PT para que essa tática leve a unidade partidária e não disputa interna. Esse é o esforço da executiva estadual, das nossas lideranças. É consenso que precisamos entrar 2010 com uma tática que nos unifique. O nome vai sair com muito diálogo, muito debate interno”, disse.

Ele também ressalta que o PT está construindo um diálogo com os partidos da base do governo Lula. “Queremos construir um campo partidário com o PP, PSB, PCdoB, com PDT, com os demais partidos que compõem a base do governo Lula”. O objetivo, segundo ele, é que esse campo dê a sustentação para que se possa construir em São Paulo um projeto alternativo que valorize a saúde, a educação, a segurança e que considere as diversidades regionais.

Governo Lula e a relação com os municípios – A relação do município com o governo federal, e a sua importância como ente federado na construção de parcerias tem sido bastante destacada durante as Caravanas Estaduais, bem como os investimentos federais nas cidades paulistas. Na macrorregião de Bauru, por exemplo, foram mais de R$ 230 milhões somente em obras do PAC.

Bauru, a maior cidade da macro, recebeu R$ 6 milhões do Governo Federal para obras de drenagem e pode receber uma verba para obras de tratamento de esgoto. “Nunca um Presidente da República priorizou de tal maneira a agenda municipalista. A relação da União com os municípios, seguramente se divide entre antes e depois de Lula”, ressalta a vice-prefeita de Bauru, Estela Almagro, que também é da Executiva Estadual do PT. Para ela, a liberação de recursos federais para suporte ao desenvolvimento e infraestrutura dos municípios brasileiros está mais condicionada à eficiência das administrações municipais na apresentação de projetos, que na disponibilidade do Governo Federal na liberação dos recursos. “É necessário impulsionar toda a região para esta agenda municipalista”. O prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho (PMDB), também esteve na Caravana e falou do esforço da atual gestão para reposicionar a cidade no Estado.

Investimentos federais também são destaques nas cidades vizinhas como Iacanga, Jaú, Lençóis Paulistas, Pederneiras entre outras. Avaré ganhou uma Escola Técnica Federal e um Centro Tecnológico. Os assentamentos rurais em Iaras ganharam centenas de moradias de qualidade. Além disso, a região é beneficiada com programas sociais do governo como o Bolsa Família que assiste mais de 30 mil famílias nas cidades que compõem a macro, o Prouni que beneficiou mais de 2.600 estudantes e o Luz para Todos, com 10.000 pessoas.

Na macrorregião de Marília não é diferente. A macro recebeu somente com o PAC mais de R$ 190 milhões para urbanização e saneamento. As ações, além de garantir forte aporte financeiro para a região, ajuda na geração de emprego e renda e combate à crise. Somente em convênios nas três maiores cidades (Assis, Marília e Ourinhos) foram R$ 43 milhões nas mais diversas áreas. A região também é beneficiada com os programas sociais federais, além do SAMU, Farmácia Popular, CEOs (Centros de Especialidades Odontológicas) entre outros.

O prefeito de Marília, Mário Bulgareli, reforçou sobre a abertura de portas do governo federal aos prefeitos paulistas. O vice-prefeito, Ticiano Toffoli, também ressaltou as políticas federais e criticou a inação do governo Serra perante as demandas dos municípios. “O PSDB está há mais de 16 anos no poder, já que o Serra era secretário do governo Montoro. Temos que trabalhar para que o estado tenha o desenvolvimento que merece. E esse momento é importante para que a gente possa fazer essa construção”, disse, se referindo às Caravanas.

Participaram ainda o prefeito de São Pedro do Turvo, Roberto Carlos de Bastiani, o vice-prefeito de Garça, Rodrigo de Sá Funchal Barros, o vice-prefeito de Bora, Bruno Alves da Silvaa, os coordenadores das macros Bauru e Assis/Marília/Ourinhos Paulo Scromov e Cláudio Gonçalves Izidio, os presidente dos Diretórios Municipais, Alexsandro Bussola e Antônio Carlos Sojinha entre outros dirigentes, vereadores e representantes de movimentos sociais.

 

 

 

 

 

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