Bolsistas do Programa de Alfabetização da Secretaria da Educação terão que pagar mensalidade

09/04/2010 16:07:00

Só na propaganda!

 

O Programa Bolsa Alfabetização, da Secretaria Estadual da Educação, deixou os alunos de Pedagogia da Faculdade Sumaré, localizada na zona oeste da capital, em dívida. É que devido à interrupção do repasse da Secretaria para a Faculdade, os alunos bolsistas e, portanto, isentos de mensalidade, receberam em casa a cobrança da mensalidade de março.

A Faculdade Sumaré é uma das conveniadas do Programa associado ao Projeto Ler e Escrever. De acordo com levantamento da Bancada do PT, o Governo Estadual tem contratos com o Instituto Sumaré que somam R$ 37 milhões desde 2007, em programas como Escola da Família e Bolsa Alfabetização.

Em 2009, foram gastos R$ 52 milhões do Projeto Ler e Escrever, que engloba o Bolsa Alfabetização, e R$ 77 milhões no Escola da Família. Apresentado nas propagandas da Secretaria da Educação como o projeto que garantiria dois professores nas salas de primeiras séries, o Bolsa Alfabetização tornou-se alvo de crítica porque, na prática, coloca os universitários bolsistas para serem orientados e acompanhados pelos professores que já lecionam em condições insalubres, com salas superlotadas e carentes de recursos pedagógicos.

A vaga de professor assistente anunciada no programa seria, na verdade, o estágio para os estudantes de graduação. Além disso, o Programa é apenas parcial, limitando-se a escolas da Grande São Paulo.

Como o repasse da Secretaria da Educação às faculdades conveniadas também está condicionado às aulas que os estudantes de graduação conseguem atribuir, há grande conflito com os professores que já concluíram a graduação e têm experiência, no momento da atribuição de aulas nas Diretorias de Ensino. Eles alegam que podem ‘perder’ aulas para os estudantes.

Em troca de 20 horas semanais de trabalho, a Secretaria repassa à faculdade conveniada um valor mensal, que isenta o universitário do pagamento da mensalidade. Na prática, há situações como a que a estudante Suzana Lima relatou à repórter Mariana Lenharo, do Jornal da Tarde:

“Este ano, quando chegou à diretoria de ensino para pegar suas atribuições de aula, a estudante foi informada de que não havia mais classes disponíveis. Como não recebeu até agora informações precisas nem da faculdade nem da Secretaria de Educação, ela considera o risco de perder a bolsa”, conta a repórter.

Os responsáveis pela Faculdade Sumaré defendem-se, alegando que os alunos foram informados já no início do curso que teriam que pagar as mensalidades caso o governo estadual deixasse de repassar à faculdade o valor referente à Bolsa Alfabetização.

 

 

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