Base governista aprova aumento na alíquota do ICMS e onera contribuinte

10/12/2009 16:58:00

Aumento de imposto

 

 

O rolo compressor da base governista aprovou projeto de lei, encaminhado pelo governador José Serra, que altera a legislação do ICMS e apresenta inconstitucionalidades. A aprovação aconteceu na manhã desta quinta-feira (10/12).

A Bancada do PT, que votou contrária ao projeto, apresentou emendas para corrigir ilegalidades, que foram rejeitadas na reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e de Finanças e Orçamento.

O líder da Bancada do PT, Rui Falcão, afirmou que a norma já nasce defeituosa por tratar de assunto fora da competência estadual, o que deverá gerar inúmeras ações contra a proposta na Justiça.

A base governista impediu as tentativas de negociação para se acatar as emendas do PT, tanto no período de pauta e na discussão, quando da elaboração da emenda aglutinativa apresentada. Neste sentido, os deputados petistas apresentaram declaração de voto contrário (leia abaixo em anexo).

Além de alterações no ICMS, a lei dispõe sobre a comunicação eletrônica entre a Secretaria da Fazenda estadual e o contribuinte e, para os parlamentares do PT, essa diversidade dos temas abordados constituiu-se em um grande “pacote tributário”, principalmente porque dedica inúmeras medidas à ampliação de multas e penalidades. Na prática, por exemplo, o projeto aumenta a alíquota do ICMS sobre as matérias primas dos combustíveis, onerando o contribuinte a pretexto de evitar fraudes. O projeto eleva a alíquota do ICMS (de 12% para 25%) para solventes.

Para o líder Rui Falcão, o pior da propositura é a pressuposição pelo governo estadual – revelada em declarações de um técnico da Fazenda na audiência para debater o assunto, em 8/12 – de que o contribuinte paulista seria um “perigoso  sonegador ligado ao crime organizado”.  

As emendas propostas pelo PT também pretendiam sustar os mecanismos que possibilitavam ampliar a guerra fiscal entre os Estados. Na declaração de voto, os petistas ressaltam que “seria mais salutar que o governo paulista aderisse à reforma tributária do governo federal, utilizando, dessa forma, mecanismos factíveis para acabar com a prática nefasta da guerra fiscal entre os diversos Estados da federação”.

Ampliação da substituição tributária

O projeto aprovado irá incluir o “fabricante” como sujeito passivo por substituição, no caso do álcool carburante e, também, incluir as operações “concomitantes”, no caso da energia elétrica, como passíveis de substituição tributária.

O regime de substituição tributária para frente foi implementado pelo governo paulista no final de 2007 e mudou a forma de cobrança do ICMS, que passou a ser cobrado antecipadamente sobre uma base de cálculo presumida.

Em seminário realizado, em 15/6, que debateu a substituição tributária, a professora de Direito Financeiro Tributário da Universidade Federal de Minas Gerais, Misabel Derzi, afirmou que “é inconcebível cobrar um imposto por uma base de cálculo estimada sobre um fato gerador que ainda não ocorreu”,

Leia abaixo, em anexo, a declaração de voto da Bancada do PT.

 

 

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