Debate
Por iniciativa da Bancada do PT e da deputada Beth Sahão será realizada audiência pública no auditório Teotônio Vilela, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, para discutir Políticas Públicas para a PREVENÇÃO E O COMBATE AO CÂNCER DE MAMA. A audiência acontece no próximo dia 11 de agosto, às 9 horas, e é uma forma de reforçar e aprofundar a discussão sobre o tema e tanto sensibilizar quanto mobilizar entidades, especialistas e outras pessoas para a doença.
É de autoria da deputada Beth Sahão um projeto de lei que dispõe sobre a Política de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama, no Estado de São Paulo. Ele foi vetado pelo Executivo paulista. É focado na necessidade de uma política de saúde mais efetiva que estamos mobilizando especialistas no assunto, entidades e outras pessoas engajadas nessa luta. Precisamos que se tenha um olhar diferenciado para essa doença que acomete severamente as mulheres, destaca.
O professor-doutor Luiz Henrique Gebrim, diretor e professor-titular de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina – EPM/Unifesp e diretor do Hospital Pérola Byington, já confirmou presença, assim como o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional São Paulo, Ivo Carelli Filho.
Também estarão presentes já com presença confirmada a médica Simone Diniz, do Coletivo Sexualidade e Saúde; o gerente-médico do SUS Sistema Único de Saúde, doutor Fernando Campos, do Hospital AC Camargo; o diretor-superintendente da Fundação Amaral Carvalho, o doutor Antonio Luís Cesarino de Moraes Navarro; e a presidente da Associação Viva A Vida – Mulheres Mastectomizadas, Wilma Godoy de Almeida. Ainda estarão presentes a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer do Estado de São Paulo, Vera Lúcia Fedato Monari, e o doutor João Carlos Sampaio Góes, diretor-técnico-científico e coordenador da campanha O câncer de mama no alvo da moda.
Prevenção de câncer de mama vira lei, mas é vetado
O alto índice de incidência de câncer de mama fez com que a deputada Beth Sahão apresentasse projeto relativo ao tema na Assembleia Legislativa. O projeto já esteve em votação e foi aprovado. No entanto, foi vetado pelo Estado, responsável pela implantação das políticas públicas de saúde em São Paulo.
Segundo dados da OMS – Organização Mundial de Saúde, nas décadas de 60 e 70, registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes. Já entre os anos de 1975 e 2000, a incidência praticamente duplicou. No Brasil, de acordo com o INCA Instituto Nacional do Câncer, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres, principalmente na faixa dos 40 aos 69 anos. A patologia é hoje a terceira em volume de publicações de toda a medicina. Perde apenas para Aids e diabetes.
Diante desses fatos, foi que a deputada colocou o tema em pauta, procurando despertar para a importância da prevenção e do diagnóstico. Existem três formas de prevenir o câncer de mama. A primeira é mudando os hábitos, como parar de fumar. A segunda é diagnosticando as lesões precursoras. Já a terceira seria a utilização de medicamentos que possam reduzir a taxa de câncer de mama, que seria a quimioprevenção.
A prevenção secundária exige um diagnóstico precoce, de tal forma que a mamografia deve ser anual a partir dos 40 anos e o auto-exame da mama, mensal. A necessidade anual do exame com a utilização dos aparelhos de mamógrafos faz com que haja uma especial atenção no tocante à disponibilidade e localização destes aparelhos. Por isso, em meu projeto, destaco a necessidade da instalação desses aparelhos em todas as regiões do Estado, explica a deputada.
O projeto prevê, assim, a instalação de mamógrafos em áreas estratégicas do Estado, para que atendam os polos administrativos de todo o território estadual. A lei acaba complementando uma lei federal de 29 de abril (11.664/2008) deste ano que garante o exame a todas as mulheres a partir dos 40 anos, pelo SUS – Sistema Único de Saúde.
