EDUCAÇÃO
José Renato Nalini recebeu críticas ao fechamento de salas de aula, demissão de professores, baixos salários de nutricionistas e outros agentes da Educação. Sob olhar de uma plateia desconfiada, apresentou dados que não convenceram. Para a deputada Beth Sahão, presidenta da Comissão de Educação e Cultura, versão do secretário sobre Educação no Estado condiz com realidade das escolas.
Sob o coro “o professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”, a reunião da Comissão de Educação recebeu hoje (21), o secretário da Educação, José Renato Nalini. A manifestação veio de alunos, professores e membros da Apeoesp presentes na agenda.
Nalini, que não compareceu à Assembleia Legislativa em junho deste ano porque a bancada governista mobilizou-se para que a sessão não tivesse quórum, desta vez teve que responder algumas questões sobre sua pasta.
Entre as indagações, a principais foram: fechamento de sala de aulas, bem como salas de leitura e de mediação (local em que professores e famílias buscam resolver conflitos); demissão de 35 mil professores da categoria O; salários defasados de nutricionistas e agentes de organização escolar, dentre outras.
Governo despreocupado com Educação
A deputada Beth Sahão, na condição de presidenta da Comissão de Educação e Cultura, em sua fala observou que as metas e investimentos da Secretaria da Educação de 2016, para serem executados em 2017, não foram cumpridos, o que demonstra que governo de Alckmin não prioriza Educação, destinando ao setor os recursos necessários.
Beth também questionou apresentação do secretário, que tentou mostrar uma realidade otimista das escolas públicas paulistas:
A realidade que observamos nas escolas que visitamos é muito diferente da que o secretário apresentou. Elas passam por verdadeiro desmonte e pela desvalorização de seus profissionais, como é o caso dos agentes de organização escolar, que recebem menos de um salário mínimo e dos nutricionistas que ganham R$1200 e estão se demitindo do quadro de servidores da Educação. Isso fora o Projeto de Lei 920, de autoria do governador, que congela por 5 anos gastos com Educação. Os professores estão sem reajustes há 3 anos!, expôs a deputada.
Ajustar a Educação para crise
O secretário Nalini falou de ajustar a Educação para a crise. Justificando o fechamento de salas de aula, disse que há casos de redução de alunato. Sobre a demissão dos professores categoria O, disse que espera que até o fim do ano tudo seja resolvido, bem como recomposição salarial dos agentes de organização escolar e nutricionistas.
Sobre o questionamento do deputado João Paulo Rillo sobre fechamento de Salas de Leitura, Nalini afirmou que resolução está sendo revista.
O deputado Luiz Turco, dentre outras questões, perguntou sobre desdobramentos da CPI da Merenda, que investigou desvios envolvendo alimentação escolar no ano passado, processo no qual apareceu a Secretaria da Educação.
Nalini disse que a secretaria neste caso foi vítima dos cartéis, e que ele mesmo não conseguiu fazer com que o Governo liberasse a Secretaria da Educação da realização de licitação para serviços como transportes, alimentação e outros.
As deputadas petistas Márcia Lia e Ana do Carmo e os deputados Barba e Marcos Martins também participaram da agenda.
