Ao terminarmos a leitura do artigo do Jornal Valor Economico- Um novo professor – (Suplemento EU& de lº de novembro de 2007, página 4), sentimos todo o peso da auto suficiência que se outorgam o governador Serra e seus Secretários, quando pretendem a salvação do Ensino (e outras áreas dos serviços públicos) no Estado de S.Paulo, com o” projeto de gestão por resultado”.
O governo vai gerenciar a rede pública com o método da premiação individualizada por escola, na velha e antiga tese do mérito individual, tão caro ao “espírito do capitalismo”, medido pelo esforço próprio de cada unidade como componente essencial para a obtenção de resultados positivos e mostrando, portanto, competência na sua ação. Esforço próprio e competência formam, assim, uma articulação que tornam excludentes os conceitos de coletividade, de cooperação, de trabalho essencialmente socializado, de realização conjunta que deve permear o aprender e o ensinar dentro de uma escola, em uma rede de ensino, em um sistema de Educação. Na realidade, o projeto vai acabar funcionando como uma espécie de teste para os professores que estarão na mira da Secretária para medir sua boa vontade e esforço, independente das condições da escola. Mas diz a professora Maria Elisa Miranda, da Escola Oswaldo Aranha, também entrevistada na matéria: “dar uma graninha não resolve e “o governo deveria consertar o mal pela raiz , dar condições de trabalho, reduzir a jornada…”. Realmente é uma pena que sua voz, como as de milhares de outros(as), não alcance e ultrapasse os muros do Palácio do Governo.
Nesse mesmo artigo, a Secretária de Educação aponta “a constante troca de professores principalmente na periferia das grandes cidades” como obstáculo ao bom desempenho dos alunos. Para resolver propõe um incentivo para segurar o professor na escola. É tudo o que o professor deseja é se fixar em uma única escola com um salário condizente com a importância social de sua profissão, esse sim melhor incentivo para seu trabalho.
Por isso, acerta a jornalista quando afirma que as entidades de classe de professores e funcionários se opõem a essa proposta. E embora utilize um tom irônico, tratando a opinião como uma “presunção”, acerta também quando informa que do ponto de vista dos profissionais da educação xistem outras alternativas para melhorar a escola pública.
E o mais importante: quando foi discutido, debatido, conversado organizadamente a situação do ensino no Estado de S.Paulo, governo e profissionais? Ou quando será?
Bia Pardi
Assessoria de Educação
Liderança do PT
