Em momento de transtornos causados pelas enchentes como as que ocorreram na última terça e quarta-feira é comum parte da mídia responsabilizar somente as prefeituras pela falta de limpeza de galerias e bueiros e a população por despejar lixo de forma inadequada, eximindo o governo do Estado de qualquer responsabilidade.
No entanto, o Tamanduateí é um rio estadual por percorrer vários municípios, o maior trecho ao longo da Avenida dos Estados: nasce em Mauá, passa por Santo André e São Caetano, e deságua no rio Tietê em São Paulo.
O Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tamanduateí prevê a construção de 46 reservatórios de contenção. Até o momento somente 15 foram construídos e 2 estão em execução. Estes reservatórios são implantados em parceria entre as prefeituras e o governo do Estado.
O município disponibiliza o terreno se responsabiliza pela limpeza e manutenção e o Estado constrói o equipamento. Ocorre que o custo da manutenção é muito alto o que inviabiliza a limpeza após cada chuva e os municípios têm lutado para que o governo do Estado também participe com recursos para a manutenção.
Devido a esta situação os piscinões estão abarrotados de pneus, colchões, garrafas pet, além de sedimentos que se acumulam após as chuvas. Em 2008, foi firmado um convênio entre o DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica) e o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, ficando o DAEE responsável pela limpeza e substituição de equipamentos furtados dos piscinões.
O valor deste convênio é da ordem de 7 milhões de reais e o prazo para finalizar a limpeza se esgotou em janeiro deste ano, mas até a presente data o serviço não foi finalizado. É necessário que governo do Estado disponibilize recursos para a construção de novos piscinões e assuma a responsabilidade da manutenção, conjuntamente com os municípios, bem como implante um sistema de operação remota e interligada para o conjunto dos reservatórios das bacias com a função de regular a vazão de saída e otimizar a contenção das águas.
No Orçamento, o governo do Estado destina ao combate a enchentes volume de recursos inferior à propaganda. Na ação orçamentária “limpeza de canais e corpos d’água estava prevista para 2008 a aplicação da quantia de 4,7 milhões, dos quais foram gastos apenas R$ 2, 9 milhões. Até o Governo Federal entrou com aproximadamente R$ 1,8 milhões para limpeza de córregos na Capital.
