Deputada estadual Ana do Carmo
A violência contra as mulheres é uma questão cultural, milenar, mas é também, com certeza, um problema de Estado, que deveria oferecer políticas mais eficazes para zelar pela saúde e segurança de cidadãos e cidadãs.
No caso da saúde, por exemplo, seriam necessários não apenas serviços para curar, mas também para prevenir males; e não somente doenças físicas, mas também assistência à questão emocional.
A educação poderia ser mais voltada a formar crianças e adolescentes para a igualdade e solidariedade entre homens e mulheres, e não reforçar valores machistas.
O Estado também deveria investir em atividades de lazer, o que beneficiaria, direta e indiretamente, as mulheres. Estes são apenas alguns exemplos das inúmeras ações que o Estado poderia empreender na questão.
Portanto, fica claro que as políticas públicas podem ajudar imensamente a reverter a desigualdade de gênero. Mas, para eliminar mesmo o problema é preciso também muita luta popular, o que, aliás, tem acontecido, através de diversos movimentos e entidades feministas.
Todos estes grupos estarão reunidos neste domingo, 08 de março, nas ruas da capital paulista para realizar conjuntamente um grande evento que denuncia a violência contra as mulheres, mas que também anuncia grandes conquistas femininas.
A prioridade do nosso mandato é a mulher, e não poderia ser diferente porque acompanhamos os movimentos populares, onde as mulheres costumam ser muito atuantes.
Só que o trabalho feminino nem sempre aparece: elas articulam o povo, organizam os movimentos, preparam os eventos, mas no momento de dirigir uma entidade ou assumir alguma função mais visível, os homens estão à frente. Por isso mesmo, estamos sempre, em nosso mandato, investindo na formação política e preparação de lideranças, principalmente mulheres.
E neste momento, com a passagem do Dia Internacional da Mulher, queremos parabenizar a todas – donas de casa, trabalhadoras das mais diversas categorias, religiosas ou políticas – porque temos uma luta cotidiana muito parecida. A jornada feminina é bela, de coragem misturada com profundo afeto, em tudo que fazemos.
