Deputados condenam PL de extinção da Furp  e apontam interesses de especulação imobiliária
Deputados condenam PL de extinção da Furp  e apontam interesses de especulação imobiliária

O projeto de lei complementar 49/2025 de autoria do governador Tarcísio de Freitas que prevê a extinção da Fundação para o Remédio Popular-FURP foi foco de discussão em audiência pública 21/10, com a participação de lideranças sindicais, vereadores, prefeitos, deputados a partir de solicitação da Bancada petista, até em razão da propositura de sido enviada em regime de urgência, que dá celeridade à tramitação e suprime as discussões e análise do projeto.

Com a presença de três integrantes da gestão do governo Tarcísio   debate foi teve a presença do secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, o diretor-presidente do Instituto Butantan, Esper Georges Kallás, e o superintendente da Furp, Rogério Affonso.

Os representantes da gestão Tarcísio afirmaram que a Furp é  responsável pela fabricação de medicamentos para o Sistema Único de Saúde, e o projeto prevê  transferir suas atribuições para o Instituto Butantan e alegam que a Furp é deficitária.

Para o superintendente da Furp, Rogério Affonso “ a integração entre Furp e Butantan é um novo paradigma, um novo objetivo que nós como Saúde podemos atingir, unindo forças de pesquisa, desenvolvimento e produção local”, afirmou.

Já o secretário Eleuses Paiva considera que o projeto representa um avanço para a Saúde não apenas do estado, mas de todo o Brasil. “Estamos pensando em deixar um legado para o país, criando uma estrutura aqui no nosso estado de imunoterápicos, imunizantes e moléculas novas. Sustentação do SUS e enfrentamento de possíveis crises que a gente venha a ter pela frente”, defendeu

Enquanto os dirigentes se mostravam otimistas os funcionários da Furp manifestaram apreensão em relação ao futuro profissional e apontaram insegurança jurídica, diante das respostas evasivas dos integrantes do governo.

O líder da Bancada petista, deputado Donato questionou a falta de informações seguras a respeito da destinação dos trabalhadores e a continuidade de produção de medicamento que atualmente são produzidos apenas pela Furp, já que as empresas farmacêuticas privadas não se interessam por conta do baixo e retorno financeiro.

Diante da insistência dos governistas de que a incorporação da Furp pelo Instituto Butantan não havia impacto negativo o líder petista ressaltou que o que esta escrita é o vale e no projeto de cinco parágrafos não garantia a manutenção dos empregos. “Temos aspectos que precisam estar contemplados na lei e que não estão claros. Manter a política pública, garantir as fábricas e garantir o emprego dos trabalhadores, pois o que vai ser votado é o que está no texto do projeto, que possui outra abordagem”, alertou.

O deputado Luiz Claudio Marcolino destacou o papel da Furp no fornecimento de medicamentos para o SUS e propôs a abertura de diálogo com o governo federal para a federalização da Fundação em vez de extinguir.

A falta de investimentos para compra de equipamentos hospitalares, reformas e falta de remédios foram apontadas pelo deputado Enio Tatto que trouxe queixas da população do interior do Estado ouvidas nas audiências públicas do Orçamento/ 2026, promovidas pela Comissão de Finanças e Orçamento que ele integra.

Sobrevivente de sucessivos ataques e sucateamento

A deputada Beth Sahão em suas manifestações resgatou os processos de desmonte e sucateamento que a Furp tem passado os últimos governos e citou a CPI da Furp que ela participou como sub relatora.

Beth lembrou que na ocasião a CPI fez diligencias nas unidades de Guarulhos e Américo Brasiliense e constaram que a Fundação tinha condições de elevar sua produção e que os problemas econômicos e financeiros foram frutos do projeto de PPP- Programa Público e Privado que drenou recursos da Furp e não foi concluído.

Petistas condenam  extinção da Fábrica de Remédio Popular

A necessidade de audiências públicas nas cidades sede da Furp foi a questão defendida pela deputada Thainara Faria que criticou a restrição da gestão Tarcísio que foca prioritariamente na busca do lucro em detrimento ao bem estar da população, questão compartilhada pela vereadora de Guarulhos Fernanda Curti que ressaltou os impactos negativos que a extinção da Furp para a cidade.

A vereadora trouxe ainda a suspeita de que o projeto pode estar permeado por interesses imobiliário, considerando que área que abriga a fábrica tem 200 mil metros quadrados, esta situação próximo à capital paulista e a rodovia Dutra e há prospecto de uma estação do Metrô nas cercanias da Furp.

Para a vereadora da capital paulista Luna Zaratini, a Furp se mostrou eficiente e fornece medicamento para o Programa Dose Certo que fornece medicamentos populares que favorecem a população de baixa renda e defendeu a manutenção da Furp e a ampliação da produção de remédios.

A deputada professora Bebel mostrou preocupação com a população que atualmente é beneficiada pela produção dos medicamentos fornecidos pela FURP que ajudam no controle da diabetes e pressão alta e condenou a possibilidade do governo estadual estar motivado em se desfazer da Furp em razão dos interesses econômicos com a especulação imobiliária.

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