A Assembleia Legislativa de São Paulo recebeu nesta segunda-feira, 28/4, representantes do poder público, pesquisadores, profissionais da saúde, gestores e secretários municipais, membros de consórcios e da sociedade civil, no seminário SUS e saúde digital: oportunidades para municípios e consórcios.
O encontro foi organizado pelo mandato do deputado Luiz Claudio Marcolino (PT), numa iniciativa das frentes parlamentares pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação e sua Integração com o Mercado de Trabalho e pelo Desenvolvimento das Regiões Metropolitanas e dos Consórcios Intermunicipais do Estado de São Paulo, e em parceria com o Observatório de Transformação Digital da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com Marcolino, que coordena as duas frentes parlamentares envolvidas no seminário, a saúde pública brasileira e, em especial, a do Estado de São Paulo, enfrenta desafios que exigem respostas rápidas, eficazes e inovadoras. “É nesse contexto que a transformação digital do Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta-se como um caminho necessário não apenas para modernizar processos, mas para garantir acesso, equidade e eficiência”, considerou.
Inspirado nos dados do 4º Relatório de Monitoramento da Estratégia de Saúde Digital 2020-2028, do Ministério da Saúde, o seminário buscou identificar os desafios a serem superados, até 2026, no Estado de São Paulo, e destacar iniciativas viáveis e colaborativas, com finalidade de mapear e mobilizar uma rede diversificada de atores comprometidos com a aceleração da transformação digital em saúde no Estado, num ambiente de diálogo e intercâmbio de experiências que possibilitem a construção de diretrizes estratégicas para orientar investimentos e o desenvolvimento de políticas públicas eficazes.
O deputado Luiz Claudio Marcolino manifestou a esperança de que os debates iluminassem caminhos, trouxessem inspiração e consolidassem redes. “O futuro do SUS digital passa pelos nossos territórios, pela nossa capacidade de inovar e, sobretudo, pela nossa coragem de mudar. Que possamos sair daqui mais conectados, mais informados e mais comprometidos com a saúde pública que o povo paulista merece”, afirmou.
Eixos
O seminário foi organizado em torno de seis eixos estratégicos, fundamentais para a transformação pretendida. O primeiro refere-se à integração dos sistemas de saúde, buscando interoperabilidade, conectividade, fluidez de informações entre municípios, consórcios e esferas de governo. O segundo, à inclusão digital, que é pré-requisito para garantir que ninguém fique para trás nesse processo, nem profissionais de saúde nem usuários do sistema.
O terceiro eixo trata do estímulo à inovação e a adoção de tecnologias, incentivando soluções criativas e sustentáveis, sobretudo as que nascem nas universidades, startups e instituições de pesquisa.
O eixo quarto prevê o uso estratégico de dados, com segurança, transparência e inteligência, para o diagnóstico, com base em evidências, e não apenas percepções, e tomada de decisão.
O financiamento estável que assegure a continuidade dos projetos é o quinto eixo. Por fim, o sexto eixo trata do fortalecimento de municípios e consórcios intermunicipais, que são, na prática, os braços operacionais do SUS, e que precisam ter autonomia, capacitação e recursos para liderar essa transformação.
A primeira mesa contou com a participação de Roseli Lopes, coordenadora da Escola Politécnica da USP e diretora do Instituto de Estudos Avançados (Ipea-USP), e coorganizadora do Observatório de Transformação Digital da USP, instalado no Centro de Inovação da USP (Inova USP); Adriana Martins, segunda vice-presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, secretária municipal de Saúde de Guararema; Cristina Balestrin, assessora de gabinete da Secretaria de Estado da Saúde; Gervásio Foganholi, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), e Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde.
Na segunda mesa do seminário SUS e saúde digital: oportunidades para municípios e consórcios, foram expositores: Márcio de Castro Silva Filho, representante da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e professor titular do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz; Lécio Figueira, médico representante da Associação Brasileira de Epilepsia e membro da Liga Brasileira de Epilepsia; Carmela Maggiuzzo Grindler, coordenadora estadual do Programa Nacional de Triagem Neonatal, na Secretaria da Saúde de São Paulo; Catherine Moura, médica sanitarista, líder do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer; Cláudia Meirelles, médica sanitarista, diretora da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde; Mário Gazziro, doutor em física computacional pela USP, professor da Universidade Federal do ABC.
Assista à íntegra do seminário SUS e saúde digital: oportunidades para municípios e consórcios.
Foto: Alesp/Carol Jacob.
