Os impactos socioambientais das obras do projeto Nova Raposo, cujo lote foi leiloado em 28/11 pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), foram debatidas nesta quarta-feira, 4/12, em audiência pública realizada pela Comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa de São Paulo, por requerimento do deputado Enio Tatto (PT).
Além de Enio, a deputada Márcia Lia e os deputados Donato e Simão Pedro, juntamente com lideranças e moradores da região metropolitana e integrantes do movimento Nova Raposo Não!, questionaram e cobraram o secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, pela falta de informações, diálogo e transparência no projeto. Parlamentares petistas denunciaram a manobra da base do governador que impediu que a audiência acontecesse antes do leilão.
O projeto Nova Raposo Tavares prevê a instalação de dez novos postos de cobrança de pedágio do sistema free flow (sem cabines). Destes, cinco serão instalados no trecho entre o bairro do Butantã, na zona oeste da capital de São Paulo e o município de Cotia, que ganhará também duas pistas com 43 quilômetros de vias marginais.
Segundo moradores, as obras atingirão casas, escola, creches, estabelecimentos comerciais, e causarão danos ambientais, afetando áreas de Mata Atlântica e nascentes e eliminando o corredor verde que, de acordo com Donato, garante alguma proteção sonora e atmosférica à população.
Na avaliação do vereador de Cotia, Dr. Silvio Cabral (PSD), a opção apresentada pelo governo do Estado é abrir mais espaço para automóveis: “a solução mais adequada é de transporte público de massa, com corredores de ônibus biarticulados e constituição de bolsão de estacionamento.”
Márcia Lia criticou as dificuldades encontradas pelas pessoas para obter informações sobre o projeto Nova Raposo. A deputada criticou as dificuldades criadas pela base do governo para a realização da audiência pública e propôs que a secretaria de Parcerias em Investimentos e a concessionária EcoRodovias, vencedora do leilão, disponibilizem o calendário de audiências e o local onde ocorrerão intervenções.
Para ao deputado Donato, a Nova Raposo terá impactos nas avenidas das cidades de Cotia e São Paulo. “O governo deveria estar preocupado com a mobilidade das pessoas e não com os carros; e a solução estrutural é investir no transporte público” destacou.
Parlamentares do PT cobraram do secretário Rafael Benini e do diretor-geral da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), André Isper, o calendário de audiências a serem realizadas antes da fase de aprovação do projeto executivo, as informações sobre pagamento das desapropriações e disponibilização do estudo de referência.
Foto: Bruna Sampaio/Alesp
