Federação critica projeto de Tarcísio que amplia poderes de agências reguladoras de serviços concedidos
Federação critica projeto de Tarcísio que amplia poderes de agências reguladoras de serviços concedidos

Em sessão extraordinária realizada nesta terça-feira, 3/9, a Assembleia Legislativa de São Paulo deu início ao processo de discussão e votação PLC 35/2024 e deputadas e deputados da Federação PT/PCdoB/PV ocuparam a tribuna para discutir contra a proposta do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que altera a legislação sobre as agências reguladoras estaduais e cria uma nova agência, a SP-Águas.

A sessão teve início após reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Infraestrutura e de Finanças, Orçamento e Planejamento, que aprovou a emenda ao projeto do Executivo que foi apresentada pelo líder da Federação, deputado Paulo Fiorilo, para restituir os conselhos consultivos na administração das agências reguladoras estaduais.

A aceitação da emenda foi um passo importante, afirmou Fiorilo, “mas, o governador precisa sancionar a inclusão aprovada pelos deputados”, concluiu. De acordo com o parlamentar, o projeto original do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretendia transformar a estrutura de governança das agências para atender o avanço da privatização de serviços públicos com a aprovação do projeto que entregou a Sabesp à iniciativa privada. E, dessa forma, o PLC 35/2024 eliminava os conselhos das agências reguladoras de serviços delegados.

Outra alteração proposta pela bancada de oposição atende reivindicação dos trabalhadores do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), que é extinto com a proposta de criação da SP-Águas.

Discutindo o projeto, Enio Tatto referiu-se ao tratamento dado aos trabalhadores das empresas públicas quando ocorrem as privatizações. Segundo ele, o modelo é sempre o mesmo e os trabalhadores, que foram capacitados ao longo de muitos anos, são colocados de lado.

Durante o debate, Professora Bebel falou das consequências da privatização da Sabesp para os moradores de muitos municípios do Estado e citou as preocupações existentes na cidade de Piracicaba. Luiz Claudio Marcolino chamou a atenção para o fato de que, ao alterar a legislação das agências e criar a SP-Água, o governador está interferindo no processo de desenvolvimento do Estado.

O PLC 35/2024 também foi discutido pelo deputado Dr. Jorge do Carmo. Para ele, após a privatização da Sabesp, já era previsível que mais uma empresa pública fosse extinta, o que agora acontece agora com o Daee, órgão responsável pela gestão dos recursos hídricos, controle de cheias, estabilização de processos erosivos e fiscalização de segurança de barragens no Estado, cujas responsabilidades serão entregues a mais uma agência de regulação com poderes que se ampliam frente à desestruturação do Estado.

Foto: Rodrigo Romeo/Alesp.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *