Em plebiscito popular, organizado por sindicatos e movimentos populares, 99,975% dos votos foram contrários à privatização de trens de passageiros, do Metrô e da Sabesp.
Representantes de trabalhadores do saneamento básico, metroviários e ferroviários entregaram nesta terça-feira, 21/11, a parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo, documento com resultado de plebiscito popular que consultou a população sobre a privatização da Sabesp, do Metrô e da CPTM.
A entrega oficial do documento foi feita durante a reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Infraestrutura e de Finanças, Orçamento e Planejamento, que discutem o PL 1.501/2023, de autoria do governador Tarcísio de Freitas, que pede autorização para vender o controle acionário da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
De acordo com os organizadores da consulta, foram totalizados 879.431. Menos de 1% das pessoas (0,014%) foram favoráveis à privatização do Metrô, CPTM e Sabesp e 0,011% abstiveram-se de opinar. O plebiscito popular conduzido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sindicato dos Ferroviários de São Paulo e Sindicato Central do Brasil, foi uma maneira que os trabalhadores encontraram para dialogar com a população sobre os prejuízos que uma futura privatização da Sabesp pode acarretar. A votação aconteceu durante dois meses, de 5 de setembro a 5 de novembro, com urnas fixas e volantes, na região metropolitana de São Paulo e no interior do Estado.
O anúncio do resultado do plebiscito popular foi feito na quinta-feira, 16/11, durante audiência pública que discutiu a privatização da Sabesp.
Oposição desmonta argumentos do governo para privatizar a Sabesp
Para o líder da Federação PT/PCdoB/PV, deputado Paulo Fiorilo ,“já que o projeto tramita em regime de urgência, é nesta fase de debates que devemos alertar os deputados e as deputadas sobre esse processo açodado de privatização”. Avalia, ainda, que “a população atendida tem de ter o direito de opinar e ser consultada sobre um tema essencial para suas vidas, como é a água. E a grande maioria é contra a privatização da Sabesp.
Reunião de comissões
A tramitação em regime de urgência limita o debate parlamentar e o PL 1.501/2023 está sendo discutido em reunião conjunta de comissões. A proposta do governador deve ser discutida pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação, Comissão de Infraestrutura e Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Usando de uma prerrogativa regimental, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado André do Prado (PL), convocou reunião conjunta, o chamado congresso de comissões, para acelerar o processo.
Base de Tarcísio quer impedir discussão de PL que privatiza a Sabesp
Na reunião conjunta de comissões desta terça-feira, 21/11, a terceira convocada para discutir o PL 1.501/2023, fizeram uso do tempo disponível para debate os deputados Luiz Claudio Marcolino, Rômulo Fernandes, Reis, Dr. Jorge do Carmo, Luiz Fernando e a deputada Márcia Lia, do PT, além de Guilherme Cortez (Psol), Marina Helou (Rede), Andréa Werner e Caio França, do PSB.
Os petistas Simão Pedro e Paulo Fiorilo já se inscreveram para debater o projeto privatização da Sabesp e serão os primeiros a falar na reunião conjunta convocada para esta quarta-feira 22/11, às 14 horas.
Foto: Alesp.
