Frente contra enchentes reúne zona leste da capital e cidades do Alto Tietê
Frente contra enchentes reúne zona leste da capital e cidades do Alto Tietê

Os prejuízos causados por enchentes afetam todo o Estado de São Paulo, no entanto, algumas regiões têm demandas muito antigas que merecem ações específicas e urgentes. Para se debruçar sobre essas demandas o deputado Dr. Jorge do Carmo propôs a criação da Frente Parlamentar de Apoio às vítimas e de combate às enchentes na Zona Leste da capital e nos municípios do Alto Tietê, que foi lançada nesta quinta-feira, 22/6,

Nos bairros Itaim Paulista, Guaianazes, São Miguel Paulista, Itaquera, São Mateus, Ermelino Matarazzo, Sapopemba e Vila Prudente, a tragédia das enchentes se repete ano após ano e as medidas adotadas por governadores e prefeitos foram sempre insuficientes. Abrigos provisórios, bolsa aluguel, campanhas de arrecadação são apenas paliativos. O mesmo sofrimento é visto nos municípios de Guarulhos, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano, Arujá, Santa Isabel, Biritiba-Mirim, Salesópolis. Para cerca de 6 milhões de pessoas, tempo nublado é motivo de alerta e medo.

A frente parlamentar deverá atuar de forma conjunta com todos os municípios envolvidos, propondo, com base em diagnósticos sobre os riscos e estudos sobre fatores climáticos, geofísicos e estruturais na região, obras com cronograma e ação articulados com prefeituras, Estado e União. “Além disso, queremos manter um canal permanente de diálogo com os movimentos organizados e as comunidades atingidas por enchentes”, afirmou Jorge do Carmo.

Uma primeira exposição foi feita por Kleber Silva, especialista em meio ambiente, e na sequência Regina Alvalá, diretora da Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem), sediado em São José dos Campos e vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, falou sobre o impacto que o aumento de enchentes na região leste da capital e nos municípios do Alto Tietê. O Cemadem, criado em 2011, é um dos órgãos que integra o Plano Nacional de Gestão de Risco de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, que monitora, de forma contínua, 1.038 municípios brasileiros impactados por desastres causados por chuvas, sejam enchentes, enxurradas, inundações ou deslizamentos de terra.

O ato contou com presença de vários movimentos que historicamente organizados, como a Central de Movimentos Populares e o Movimento de Atingidos pelas Barragens (MAB) que fez uma apresentação. Também participaram do lançamento da frente parlamentar, vereadores e representantes dos Executivos das cidades do Alto Tietê, entre eles o prefeito de Salesópolis, Vanderlon Oliveira Gomes, que é também presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê. E, ainda, representante da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras do município de São Paulo, e Carlos Isa, da Defensoria Pública.

Para o deputado Simão Pedro (PT), que é membro, juntamente com Jorge do Carmo, da Comissão de Habitação, Desenvolvimento e Reforma Urbana e morador da zona leste da capital, a alta densidade demográfica que caracteriza a cidade de São Paulo e os consequentes problemas de déficit de moradia estão relacionadas ao modelo de concentração econômica que, por sua vez, está ligado à destruição ambiental, à poluição ao desmatamento. “E os governos não têm sido capaz de desenvolver políticas públicas que enfrentem esse modelo”, afirmou. No caso da cidade de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) não tem aplicado os recursos destinados a obras estratégicas para a contenção de enchentes e o Estado de São Paulo não realiza a limpeza de córregos e do rio Tietê.

 

 

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