Partidos atuam na Assembleia Legislativa para retardar instalação de processo por quebra de decoro parlamentar contra deputado que, da tribuna, xingou o papa, o bispo de Aparecida e a CNBB.
A Conselho de Ética da Assembleia Legislativa voltou a se reunir nesta quarta-feira, 17/11, para tratar da admissibilidade de pedidos de representação contra Frederico d’Avila, por quebra de decoro parlamentar. Em 14/10, o deputado do PSL e representante do agronegócio proferiu, da tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo, discurso de ódio em que chamou o papa Francisco de “vagabundo” e o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, de “vagabundo” e “safado”, e afirmou que os religiosos são “pedófilos safados” e que a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) “é um câncer”.
Na reunião desta quarta, a estratégia que visa poupar Frederico d’Avila foi conduzida pelo Delegado Olim (PP) e Adalberto Freitas (PSL), que tumultuaram a reunião, levantando dúvidas sobre os procedimentos adotados pelo Conselho de forma a confundir o colegiado.
São cinco os cinco pedidos de representação contra o Frederico d’Avila protocolados no Conselho de Ética. Na primeira reunião realizada para tratar dos pedidos, na segunda-feira, 8/11, quatro deles receberam pedido de vistas do deputado Wellington Moura (Republicanos), deixando, portanto, de ser apreciados.
Republicanos, PP e PSL quebraram, assim, o acordo de admissibilidade dos processos. Diante de questionamentos, a essa atitude e às tentativas de manobra, apresentados pelas deputadas Marina Helu (Rede) e Erica Malunguinho (PSOL) e pelo deputado Enio Tatto (PT), a reunião foi suspensa. De acordo com a presidenta do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Maria Lúcia Amary (PSDB), uma consulta será feita à Procuradoria da Assembleia Legislativa para eliminar dúvidas sobre os procedimentos adotados na apreciação dos pedidos de representação.
