Demissões na SABESP

02/12/2009 14:03:00

A SABESP continua demitindo. Além de ter iniciado o corte de 2% do seu quadro de funcionários da ativa, cerca de 320 profissionais, demitiu ontem (1º/12) 900 aposentados que continuavam trabalhando na empresa, inclusive dirigentes e delegados sindicais. Em abril 500 aposentados já tinham sido dispensados. São profissionais que, com sua experiência, contribuíam para prestar o melhor atendimento para a população. Segundo as entidades, sindicais a intenção da empresa é reduzir em 3% os custos da folha de pagamento. Passou a ser comum a demissão de trabalhadores com problemas de saúde e que estão prestes a se aposentar.

Diante da necessidade de ampliação e manutenção dos níveis de abastecimento de água e, principalmente, dos níveis de coleta e tratamento de esgotos no Estado de São Paulo, a SABESP, em vez de demitir, deveria realizar concursos públicos,  diminuir a terceirização e ampliar seus investimentos, inclusive com aporte de recursos do Governo do Estado, que hoje “tira” dinheiro da SABESP, através do recebimento de dividendos e não reinveste em saneamento.

Os números do saneamento, por exemplo, na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, são a prova cabal da necessidade de intensificar as ações no setor. Segundo os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento ? SNIS/2007 , do Ministério das Cidades, cerca 2,4 milhões de pessoas, da RMSP, ainda não têm acesso à água potável de forma adequada, ou seja, podem ter acesso à água de maneira irregular ou se abastecem de fontes de qualidade duvidosa. Na Região Metropolitana da Baixada Santista – RMBS, a Sabesp opera em todos os municípios e atende uma população de 1,69 milhões de habitantes. Na região cerca 135 mil pessoas não têm acesso a água potável de forma adequada.

Com relação aos esgotos, dados do ano de 2006 mostram que, na RMSP, 45,29% dos esgotos eram coletados. Desses, eram tratados 35,7% e do total dos esgotos produzidos o tratamento chegou a 16,96%. Os esgotos produzidos não tratados são despejados in natura nos córregos, deságuam nos rios e produz a poluição que presenciamos cotidianamente. Em 2006, mais de 9 milhões de pessoas não tinham seus esgotos coletados e os esgotos produzidos por mais de 13 milhões de pessoas não era tratado. Com relação a RMBS, em 2006, mais de 1,1 milhão de pessoas não tinham seus esgotos coletados nem os esgotos produzidos tratados.

A demissão dos funcionários, com certeza, não reverterá esse quadro preocupante. Enquanto no Brasil o número de empregos cresce, graças à política econômica do Governo Federal, o governador Serra demite. É preciso que se suspendam as demissões e que se revejam às já efetuadas. Não é justo que os trabalhadores, que durante anos deram provas de dedicação profissional, para atender da melhor forma possível à população do nosso Estado, sejam prejudicados em nome de interesses que não os da sociedade.

Assessoria de Saneamento – Liderança do PT 

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