Erros crassos de conhecimento contidos em apostilas distribuídas na rede pública de ensino impactaram o Estado de São Paulo no mês de março. A ausência do Equador e a existência de dois “Paraguais” em mapas da América do Sul levaram a manifestações internacionais. E agora, sem superar a gravidade da situação, novo torpedo é disparado pela Secretaria da Educação. Trata-se de livros de quadrinhos com inúmeros palavrões, expressões chulas e de baixo calão, com conteúdo preconceituoso, entregues aos alunos de 9 anos da terceira série do ensino Fundamental.

O livro serviria de apoio ao programa “Ler e Escrever” de alfabetização e foi selecionado sem nenhuma leitura precedente.

A reportagem do jornal Folha de S.Paulo (19/5/2009) minimiza o episódio afirmando que o governo se equivoca pela segunda vez em relação aos livros utilizados. Entretanto, em ambos os casos trata-se, sim, de uma irresponsabilidade criminosa, de um descaso absoluto com a Educação.

O primeiro erro foi computado à produtora dos livros , o Instituto Vanzolini. Quanto ao segundo, ainda não se culpou ninguém. E o governo tem o cinismo de afirmar que foram poucos exemplares colocados na rede. Diante de tal descalabro, cabe representação ao Ministério Público frente ao governo do Estado de São Paulo e sua Secretaria de Educação.