O fato
Paralelo ao processo de apresentação do reajuste salarial para os professores, na última semana, o governo de São Paulo anunciou também a utilização de uma consultoria internacional – Mckinsey (EUA) – para elaborar um plano de ação que leve a rede de ensino a patamares de desempenho semelhante aos de países como Reino Unido e Dinamarca, até 2030. Além do plano, a consultoria, segundo o secretário de Educação, Herman Voorwald, trará método, disciplina e acompanhamento das ações. E o reajuste salarial anunciado já estaria entre as medidas a serem tomadas.
Outra meta a ser considerada é a melhoria das condições da carreira para que o exercício do magistério se torne atraente, deixando de ocupar classificação próxima ao 75º lugar na escolha profissional dos jovens.
A matéria da Folha de S. Paulo (em 7/5, caderno Cotidiano) informa que a referida consultoria tem o apoio financeiro dos grupos Fundação Bradesco, Lemann, Victor Civita, Itaú Social e os Institutos Unibanco e Natura também estarão integrados no acompanhamento das ações.
O prazo para a atuação da consultoria é de três meses e deverá levar em conta as “sugestões” dos profissionais e os programas da Secretaria.
As críticas
– Por que em um Estado pleno de educadores, de entidades educacionais, de movimento pela educação, de movimento sindical forte, de universidades de excelência, tem necessidade de buscar no exterior uma instituição para produzir mudanças na rede de ensino?
– Por que são entidades privadas, exclusivamente, as escolhidas para opinar sobre educação, enquanto os profissionais da educação da rede pública são mantidos como meros espectadores do processo, somente tendo o direito de “dar sugestões”, sem debate, sem discussão, sem qualquer intervenção verdadeira no processo?
São esses detalhes subjacentes às “novas” ações que esclarecem a Política Educacional do PSDB, maquiada pelo governo atual, mas apresentando os mesmos eixos de sempre. A roupagem nova apenas procura se diferenciar do governo anterior, de José Serra, do que efetivamente transformar as condições do ensino no Estado.
Eixos como o autoritarismo, agora travestido de “consultas” à rede, um plano salarial que não repõe, na totalidade, as perdas dos últimos 13 anos e a resistência em elaborar um Plano Estadual de Educação, para dar consistência às mudanças necessárias ao ensino no Estado de São Paulo, continuam a ser as marcas do governo tucano para a Educação.
Assessoria de Educação da Liderança da Bancada do PT
