Estatísticas criminais do governo tucano. Devemos acreditar?

07/02/2008 17:30:00

 

No último dia de janeiro, e com muito alarde, o governo de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Segurança Pública, divulgou as estatísticas da criminalidade no estado. Segundo os dados divulgados houve redução da criminalidade  em São Paulo.

 

A grande mídia,  principalmente a que faz o papel de cabo eleitoral do governo, não poupou elogios ao governo tucano por ter, supostamente, obtido a ‘redução’ da criminalidade. Porém, a sociedade paulista, levando em consideração a realidade violenta das ruas, nada condizente com as estatísticas divulgadas e a fama do governo tucano de maquiar estatísticas do crime, viu com desconfiança os dados divulgados.

 

Agora, em matéria publicada no jornal “Folha de São Paulo”, edição de 3 de fevereiro, vem a constatação de que a sociedade tinha razão em desconfiar dos números das estatísticas tucanas na área da segurança pública.

 

Segundo a matéria, a redução dos números de homicídios dolosos coincide com o aumento exagerado dos números de mortes classificadas como “intenção indeterminada”.

 

Essa “intenção indeterminada” é o modo utilizado pelos estatísticos da Secretaria da Segurança Pública para lançar as mortes violentas não classificadas como homicídios dolosos.

 

É muito estranho que as mortes com “intenção indeterminada” em alguns estados brasileiros tenham índices abaixo de 1% enquanto em  São Paulo, no ano de 2005, o índice foi de 17,25%.

 

Não é de hoje que pairam suspeitas sobre as estatísticas da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Em 2005 o Deputado Vanderlei Siraque, do Partido dos Trabalhadores, requereu a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar maquiagem de estatísticas criminais em São Paulo, porém, por força de determinação do então governador Geraldo Alckmin, os deputados da base governista na Assembléia Legislativa impediram a criação da CPI.

 

Mais recentemente, o próprio Secretário da Segurança Pública, Senhor Ronaldo Marzagão, reconhecendo a existência de diferença encontrada nas estatísticas de roubo a bancos, diferença essa que excedeu a margem de erro aceitável para os indicadores criminais, determinou uma revisão geral, retroativa ao ano de 2004, das estatísticas criminais.

 

Portanto, os antecedentes das estatísticas elaboradas pelo governo tucano não permitem que se comemore, como alguns indevidamente fizeram, a redução da criminalidade no estado de São Paulo. Ao que tudo indica, as estatísticas criminais continuam sendo maquiadas pelos tucanos.  

                                                                           

 Maximino Fernandes Filho

Assessor de Segurança Pública – Liderança do PT

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *