A gestão do sistema metroferroviário paulista de passageiros está sob responsabilidade do governo do Estado de São Paulo. É composto por três sistemas: o Metrô, a CPTM e a Estrada de Ferro Campos do Jordão.
As três empresas são geridas pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos – STM e apresentaram muitos problemas recentemente.
No Metrô, foram mais de 100 panes desde 2007, culminando com o acidente ocorrido no dia 16 de março de 2012 em que 33 pessoas ficaram feridas após uma colisão de dois trens na Estação Vila Carrão. Foi o primeiro acidente do Metrô com vítimas.
Na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM, houve uma série de acidentes desde 2011 em que cinco ferroviários morreram ao serem atropelados por trens, nas linhas 11 Coral e 8 – Diamante. Em 2012, os sinistros continuaram acontecendo, com a colisão de dois trens em Itapevi na linha 8 Diamante que deixaram três pessoas feridas. O acidente mais grave aconteceu quando ocorreu outra colisão, na linha 7 Rubi, e que feriu 51 pessoas. Várias outras ocorrências menos graves têm acontecido, com panes constantes de trens que têm prejudicado milhões de passageiros da Região Metropolitana de São Paulo.
A mais recente aquisição da Secretaria dos Transportes Metropolitanos foi a Estrada de Ferro Campos do Jordão – EFCJ, que até então estava sob gestão da Secretaria de Esportes e Turismo.
A construção dessa ferrovia teve início em 1910 e foi inaugurada em 1914, ligando Campos do Jordão a Pindamonhangaba.
O que motivou a mudança da EFCJ para a STM foi uma anunciada modernização da ferrovia com intervenções no material rodante, via permanente, via aérea, sinalização, comunicação, enfim, transformar uma ferrovia que vai completar 100 anos em 2014 num sistema seguro de transporte, inclusive aumentando o número de passageiros.
Mas pelo jeito a má gestão da STM com o Metrô e a CPTM foi repassada à EFCJ. No dia 3 de novembro ocorreu um grave acidente envolvendo um bonde dessa empresa com 3 vítimas fatais e 41 com ferimentos, algumas em estado grave.
O trem tinha passado por uma reforma no valor de R$ 4,1 milhões e foi inaugurado pelo governador Geraldo Alckmin em novembro de 2011. Mas só reformaram o que aparece para a população, a parte de cima do veículo, ficando o truque (parte de baixo) sem ter a devida atenção.
A parte que envolve rodas e freios tinha sido reformada apenas em 1989 e aparentemente foi a falta de freio que fez com que o trem se descarrilasse, conforme consta no jornal Diário de São Paulo de 5/11/2012, ocasionando a tragédia.
Vale ressaltar que os recursos para a EFCJ provisionado no orçamento de 2013 são claramente insuficientes, apenas de R$ 17,07 milhões, sendo parcos R$ 6 milhões para investimentos o dá apenas para melhorar 5% da linha com 47 quilômetros, conforme consta no Projeto de Lei Orçamentária 2013, enviado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo governador.
O sistema metroferroviário paulista passa por uma crise profunda. Esse grave acidente é mais um alerta de que o governo do Estado de São Paulo não tem trabalhado direito no Metrô, na CPTM e na EFCJ.
Chega de propaganda e promessas que nunca saem do papel.
A população paulista não quer ficar lamentando pela perda de vidas valiosas ou ferimentos, alguns graves, nos usuários do sistema metroferroviário do Estado de São Paulo.
Liderança do PT – Assessoria de Transportes e Mobilidade Urbana
