IDEB Em se tratando da qualidade do ensino, São Paulo ainda está correndo atrás do prejuízo
Criado em 2007 pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é um dos mais importantes processos de avaliação das escolas públicas do país. É realizado a cada dois anos e sua singularidade é a utilização de dois conceitos para compor o indicador da qualidade da educação: aprovação e desempenho nas provas.
Segundo o Inep, em nota técnica apresentada, a importância desse índice se dá em dois patamares: detectar escolas e/ou redes de ensino cujos alunos apresentem baixa performance em termos de rendimento e proficiência e monitorar a evolução temporal do desempenho dos alunos dessas escolas e/ou redes.
O Ideb 2011, em geral, aponta para pequenos avanços, frutos da política educacional dos governos Lula e Dilma , mas ainda o processo se revela lento e com algumas disparidades regionais, haja vista a maior nota no total das escolas pertencer ao Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco, deixando para trás outros colégios similares, como o Colégio de Aplicação da USP em São Paulo. Ao mesmo tempo, a nota mais baixa ficou com Alagoas.
São Paulo continua patinando nas avaliações. A pouca melhora que apresenta nas primeiras séries do Ensino Fundamental paralisa nas séries finais. A ínfima melhora no Ensino Médio pode ser analisada em razão da possível relação com o ENEM, porta aberta pelo governo Lula a milhares de jovens rumo à universidade, e não, como procura justificar a Secretaria da Educação, em virtude de projetos, programas etc. que têm se revelado incompetentes para melhorar a qualidade da educação no Estado.
A participação no ENEM em 2009 foi de 4.576.126; em 2010, foram 4.611.441 inscritos e, em 2011, pulou para 6.221.400 estudantes aderindo ao exame. Em 2012, S.Paulo é o primeiro em número de inscrições: 1.651.152 (números de maio de 2012). É significativa a ampliação da participação dos estudantes no ENEM, porque demonstra a importância desse exame para o ingresso nas universidades, dando condições a milhares de cursar uma faculdade que o exame vestibular tradicional excluía.
Em São Paulo, nos primeiros anos do Ensino Fundamental o Ideb foi 5,4, o mesmo índice de 2009. O argumento da Secretaria da Educação, de ter superado a meta de 2011, que foi 5,3, é totalmente improcedente, pois a estagnação em Educação reflete inoperância, incompetência, se não um descaso total. Nos últimos anos do Ensino Fundamental, o índice foi 4,3, também igual a 2009. Esses números são no âmbito das escolas estaduais públicas.
Assim, se por um lado as ações do governo federal têm propiciado avanços importantes para o ensino no país, por outro São Paulo, é sempre bom lembrar, o maior Estado da Federação, continua mergulhado em seu péssimo desempenho.
Assessoria de Educação da Liderança da Bancada do PT
